Intitulado de “Jewpolitics”, o grupo de sionistas no WhatsApp onde o fundador de Opera Mundi, Breno Altman, foi ameaçado, anunciou nesta segunda-feira (16/10) que suspenderá suas atividades. A decisão ocorre após o Brasil 247 publicar matéria que mostrava mensagens em que os membros do grupo falavam em “arrancar os dentes” e “cortar os dedos” do jornalista.
O anúncio foi feito pelo usuário identificado como “Bernardo”. Segundo ele, o grupo sempre foi “pequeno” e “funcionou com um variado leque de opiniões políticas, tendo como únicos pontos em comuns [sic] o amor por Israel e o combate ao antissemitismo”. De acordo com ele, a “moderação” das mensagens enviadas no grupo se tornou inviável diante da “escalada” do número de membros em razão do início do mais novo conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas.
“Muitos dos novos membros não cumpriram as regras acessíveis a todos na descrição do grupo”, reconheceu o administrador.
O grupo “Jewpolitics” é composto por 299 integrantes de comunidades sionistas no Brasil e centrou seus ataques em Altman por duas diversas manifestações contra o “apartheid”, o “Estado colonial de Israel” e o “genocídio” que vem sendo promovido pelo governo de Benjamin Netanyahu contra o povo palestino na Faixa de Gaza.
Ameaçado por sionistas do grupo, Altman disse à TV 247 esperar ações do governo brasileiro contra os membros do chat, por considerar que as posições manifestadas no chat são “um problema sério para o país.
Felipe L. Gonçalves/Brasil247
Membros do grupo falavam em ‘arrancar os dentes’ e ‘cortar os dedos’ do jornalista
Altman disse não subestimar as ameaças, mas afirmou que de sua parte, quaisquer medidas que possam ser tomadas não surtirão efeitos relevantes. “Tem uma questão nas ameaças, que eu não subestimo, que é assim: acho que o governo brasileiro tem que estar preocupado com isso. Acho que isto é um problema sério para o país, que possa existir um grupo com essas características, com este grau de ameaça, com esse tipo de discussão sobre medidas que estão dispostos a tomar. Aí eu acho que cabe não é medida protetiva em relação a mim. Isso seria inócuo. São medidas de governo para enfrentar esse tipo de situação”, disse.
Ele concluiu dizendo esperar que as autoridades olhem para o caso com atenção, apontando a necessidade de “providência” do governo brasileiro, Ministério da Justiça e a Polícia Federal. Pois, segundo o fundador de Opera Mundi, o grupo em questão é “antidemocrático, tem discurso de ódio, tem discurso contra as liberdades e garantias democráticas do país”.
“Imagino que essa matéria já esteja desde as primeiras horas da manhã na mesa do ministro da Justiça. Nada precisa ser feito para comunicar o Estado. A informação está dada pelo 247. O Poder Executivo é um Poder ativo, ele não precisa ser demandado. Há uma clara situação de ameaça a um brasileiro por um grupo de sionistas. A desfaçatez desses sionistas, desses racistas, é tão grande que está lá o nome verdadeiro de cada um deles. Não tem nem o trabalho de investigar. O 247 já fez o trabalho da polícia. Estão todos identificados. Então é simples, é uma ordem à Polícia Federal para que tome providências, é uma declaração pública do ministro da Justiça se isso é ou não aceitável na ordem democrática do país. Quem tem que tomar providência é o governo brasileiro. Eu não vou sair da minha casa, não vou fazer nada, não vou tratar desse assunto, não é um assunto que me pertence. É um assunto do governo brasileiro”, afirmou.
(*) Com Brasil 247.