Centenas de cidadãos com dupla nacionalidade e estrangeiros devem deixar Gaza em direção ao Egito nesta quinta-feira (02/11), um dia após as primeiras evacuações e no 27º dia de uma guerra entre Israel e o Hamas, que está dando origem a combates cada vez mais mortais.
Enquanto isso, o campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, foi bombardeado pela segunda vez na quarta-feira (01/11). Dezenas de palestinos feridos e centenas de estrangeiros foram autorizados a sair de Gaza para o Egito.
Cerca de 80 palestinos feridos foram evacuados de Gaza para o Egito pela passagem de Rafah no dia anterior, e 400 estrangeiros ou pessoas com dupla nacionalidade cruzaram a passagem de Rafah entre Gaza e o Sinai egípcio na manhã desta quinta-feira (02/11), disse um funcionário egípcio sob condição de anonimato.
Essas foram as primeiras evacuações desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro. O Egito diz que está se preparando para receber até “7 mil estrangeiros de mais de 60 nacionalidades”.
Embora o cronograma para esses deslocamentos não seja conhecido, as autoridades egípcias forneceram as nacionalidades envolvidas nas evacuações de quinta-feira (02/11), em uma lista que inclui várias centenas de americanos, bem como dezenas de belgas, gregos e croatas. Não há brasileiros na lista até o momento.
A fronteira de Rafah com o Egito é a única janela para o mundo em um momento em que a Faixa de Gaza está sob “cerco total” de Israel. De acordo com a mesma fonte, cerca de 30 austríacos, quatro italianos, cinco franceses e vários alemães já foram evacuados um dia antes. Washington também relatou a presença de americanos.
Essas saídas, que foram objeto de um acordo tripartite entre Israel, Hamas e Egito, com a participação dos Estados Unidos e do Qatar, são uma ponta de esperança em uma guerra que já ceifou milhares de vidas.
Twitter/Palestine Eye
Centenas de cidadãos com dupla nacionalidade e estrangeiros deixam Gaza em direção ao Egito
“Temos visto coisas que nunca vimos antes, essa guerra é a pior que o povo palestino já viu”, disse Salma Shaath, que tem passaporte americano, enquanto esperava no posto de fronteira entre dezenas de mulheres, crianças e idosos.
Ataques continuam
Os sucessivos ataques teriam matado pelo menos 195 palestinos, de acordo com o Hamas. O almirante Daniel Hagari, porta-voz do exército israelense, enfatizou que uma investigação ainda estava em andamento e que o objetivo da operação era um ataque direcionado a um líder das brigadas Ezzedin al Kassam. O porta-voz israelense confirmou que dezenas de pessoas foram mortas no ataque. Mas a grande maioria era de terroristas, segundo ele.
Além dos “combates ferozes” em terra, os 2,4 milhões de habitantes do território palestino, onde a situação humanitária é considerada catastrófica, continuam a ser submetidos a bombardeios incessantes como parte das represálias de Israel.
Balanço da guerra
Desde 7 de outubro, 1.400 israelenses foram mortos, incluindo 332 soldados, e o exército israelense informou que 240 pessoas estão sendo mantidas como reféns pelo Hamas. 9.061 palestinos morreram em Gaza, incluindo mais de 3.500 crianças, informou o Ministério da Saúde, controlado pelo Hamas, na quarta-feira (01/11).
Enquanto isso, mais ao norte, na Faixa de Gaza, os combates terrestres que começaram há quase uma semana continuam a se intensificar. Nesta quinta-feira (02/11), o exército israelense chegou a falar em confrontos cada vez mais “acirrados” com o Hamas à medida que avançava na região da cidade de Gaza vários quilômetros dentro do território palestino.