O presidente russo, Vladimir Putin, assinou nesta quinta-feira (02/11) a lei que revoga a ratificação do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT, na sigla em inglês). A informação foi divulgada pela TASS, a agência oficial russa.
O tratado assinado em 10 de setembro de 1996 por 71 países em Nova York proíbe todos os testes com armas nucleares, mas o texto nunca entrou em vigor. Isso porque alguns países, como os Estados Unidos e a China, nunca o ratificaram.
No entanto, o acordo foi assinado por 178 países, incluindo a França e Reino Unido, e tem um valor simbólico.
No início de outubro, Putin alertou que seu país poderia revogar a ratificação do CTBT, já que o governo americano nunca assinou o tratado.
O projeto de lei foi aprovado pelo Senado russo no dia 25 de outubro, após votação na Duma, a câmara baixa do Parlamento russo.
Flickr/Vladimir Putin
Putin revoga ratificação do acordo que proíbe testes nucleares
Norma internacional
Ele estabelece uma norma internacional contra os testes com armas nucleares, mas seus críticos afirmam que é difícil concretizá-lo sem as ratificações das principais potências nucleares.
“Não estou pronto para dizer se devemos ou não retomar os testes”, acrescentou Putin, elogiando o desenvolvimento de novos mísseis que podem transportar ogivas nucleares.
Na prática, eles só podem ser retomados depois de os Estados Unidos efetuarem testes semelhantes.
Desde o início do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Rússia ameaçou em várias ocasiões utilizar a arma nuclear. Na semana passada, o presidente russo supervisionou exercícios com mísseis balísticos para preparar suas tropas para um “ataque nuclear maciço” de retaliação.
O Parlamento russo ratificou o acordo em junho de 2000, seis meses depois que Putin assumiu a Presidência.