O grupo fundamentalista islâmico Hamas denunciou nesta sexta-feira (13/10) que o Exército de Israel, após dar ultimato aos residentes da Cidade de Gaza para deixarem o território dentro de 24 horas, lançou um bombardeio contra palestinos que se deslocavam em direção ao sul em carros e caminhões.
A informação foi divulgada pela agência palestina Maan, citando o Ministério do Interior de Gaza, e confirma que a ofensiva deixou ao menos 70 mortos e 200 feridos. “Quatro bombas caíram sobre pessoas deslocadas ao longo da estrada Salah al-Din”, informou.
Algumas das pessoas alojadas na Escola Irmãs do Rosário, a maior de Gaza, se deslocaram para a paróquia da Sagrada Família, enquanto outros foram em direção à passagem de Rafah, “ainda fechada”.
Mais cedo, o governo israelense avisou a Organização das Nações Unidas (ONU) que o norte de Gaza deve ser evacuado, indicando que os militares de Israel irão invadir o local. A entidade internacional disse que a invasão onde moram cerca de 1,1 milhão de palestinos teria “consequências humanitárias devastadoras”.
Na tarde de quinta-feira (12/10), o Exército israelense afirmou que 300 mil soldados estão na fronteira com o norte de Gaza prontos para invadir o território.
Israel Defense Forces/ Flickr
Exército israelense afirmou que 300 mil soldados estão na fronteira com o norte de Gaza prontos para invadir o território
Agora, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou ser impossível realocar esse contingente de pessoas, ainda mais em uma zona de guerra, afirmando ser “extremamente perigoso”.
Para Guterres, a situação é ainda mais complicada por conta do cerco total de Israel à Faixa de Gaza, que está sem água, comida, eletricidade e, segundo ele, sem alojamento.
As Forças de Defesa de Israel anunciaram via Telegram que estão conduzindo ataques em grande escala contra alvos pertencentes ao Hamas na Faixa de Gaza.
No entanto, organizações de direitos humanos afirmam que Israel vem atacando sistematicamente escolas, hospitais e abrigos para refugiados. Após a ofensiva do Hamas, no último sábado (07/10), cerca de 2.700 bombardeios já foram feitos em Gaza pelo exército israelense.
(*) Com Ansa e Brasil de Fato.