O jornalista e fundador de Opera Mundi, Breno Altman, disse nesta sexta-feira (22/03) concordar com o veto da China e da Rússia à proposta de resolução dos Estados Unidos votada nesta manhã pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU).
Isso por que, para Altman, a posição chinesa e russa foi “absolutamente correta” diante de uma proposta de cessar-fogo norte-americana que é “hipócrita”.
“Este texto demandava uma capitulação disfarçada da resistência palestina, condicionando a suspensão dos ataques sionistas à libertação dos reféns”, argumentou o jornalista por meio das redes sociais ao criticar o documento dos EUA.
Absolutamente correto o veto de China e Rússia à hipócrita proposta de cessar-fogo apresentada pelos EUA no Conselho de Segurança. Este texto demandava uma capitulação disfarçada da resistência palestina, condicionando a suspensão dos ataques sionistas à libertação dos reféns.
— Breno Altman (@brealt) March 22, 2024
A crítica vai na mesma linha do posicionamento da delegação chinesa no Conselho de Segurança. O embaixador Zhang Jun declarou que projeto norte-americano evitava exigir um cessar-fogo imediato de forma objetiva, fazendo com que a questão “permaneça ambígua”.
Segundo o diplomata chinês, o texto não exigia um cessar-fogo imediato, mas sim “estabelecia condições para um cessar-fogo, o que não é diferente de dar luz verde à continuação dos assassinatos, o que é inaceitável”, conforme publicou a emissora catari Al Jazeera.
A resolução apresentada pelos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU obteve 11 votos a favor, três contrários – Argélia, Rússia e China – , e uma abstenção da Guiana.
Rússia e China, como membros permanentes do órgão, têm poder de veto, tal qual os Estados Unidos, que também já vetaram outras três resoluções que pediam cessar-fogo no conflito: do Brasil (outubro de 2023), dos Emirados Árabes Unidos (dezembro de 2023), e da Argélia (fevereiro de 2024).
Após o veto, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que seu país trabalhará em uma proposta para o órgão das Nações Unidas
“Após o veto da Rússia e da China há poucos minutos, vamos retomar o trabalho com base no projeto de resolução francês no Conselho de Segurança e trabalhar com os nossos parceiros norte-americanos, europeus e árabes para chegar a um acordo”, disse Macron ao fim de uma reunião com os líderes da União Europeia em Bruxelas.