O Irã minimizou neste sábado (20/04) o ataque atribuído a Israel na sexta-feira (19/04) no centro do país e afirmou “que não haveria retaliação”. Em entrevista ao canal norte-americano NBC, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, disse que não considera o incidente “um ataque”.
“O que aconteceu ontem à noite não foi um ataque. Foram dois ou três drones parecidos com aqueles que as crianças brincam no Irã”, ironizou. De acordo com ele, “enquanto não houver nenhuma nova ‘aventura’ (ofensiva militar) em o nome do regime israelense, contra os interesses do Irã, não responderemos.”
Segundo as agências de notícias iranianas, na sexta-feira foram ouvidas várias explosões durante a madrugada, perto de uma base militar na região de Isfahan. Em seguida, “vários” drones pequenos foram “derrubados com sucesso” pelo “sistema de defesa aérea” do país.
De acordo com o jornal norte-americano Washington Post, o objetivo de Israel era mostrar ao Irã que tem tinha capacidade para atacar dentro do seu território.
Após o ataque israelense desta sexta-feira, a comunidade internacional voltou a pedir calma. Para o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, o objetivo do país e dos outros membros do G7, após a cúpula em Capri, na Itália, é a diminuição da tensão.
O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, também disse que esteve em contato com representantes do Irã e de Israel. “Nós falamos para os israelenses que o Irã não quer uma escalada da violência”, afirmou.
Durante o primeiro ataque direto do Irã contra o território israelense, em 13 de abril, Israel alegou ter interceptado com a ajuda de seus aliados, principalmente os Estados Unidos, quase todos os cerca de 350 drones e mísseis iranianos.
O Irã disse que agiu em “legítima defesa” após o ataque que destruiu seu consulado em Damasco em 1º de abril e matou sete soldados, incluindo dois oficiais. Teerã acusou Israel, que não confirmou ou negou.
Guerra em Gaza já deixou mais de 34 mil mortos
A guerra de Israel contra o Hamas, que teve início após um ataque do movimento islâmico palestino em 7 de outubro, já deixou 34.049 mortos em Gaza, principalmente civis, segundo o grupo.
Neste sábado, o Exército israelense continuou os seus ataques contra “alvos terroristas” em diferentes setores do território palestino.
Durante uma operação no campo de Nour-Shams, perto da cidade de Tulkarem, na Cisjordânia ocupada, dez pessoas morreram e outras oito foram presas.
“As forças de segurança eliminaram dez terroristas durante os confrontos”, afirmou o Exército em comunicado, acrescentando que estava realizando a operação “há mais de 40 horas”.