O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, apresentou os planos do país para a próxima fase da ofensiva militar à Faixa de Gaza.
“Na região norte de Gaza, faremos a transição para uma nova abordagem de combate de acordo com as conquistas militares no terreno”, disse o ministro, em comunicado publicado nesta quinta-feira (04/01).
Segundo o canal catari Al-Jazeera, o esboço faz parte do “plano para a fase três”, apresentado ao gabinete de guerra do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na segunda-feira (01/01). Segundo a proposta, Israel manteria a capacidade de realizar atividades militares dentro da Faixa de Gaza após a guerra, o que significa que as suas forças poderiam entrar e sair do territórios quando quiserem – semelhante aos atuais acordos sobre a Cisjordânia ocupada.
Segundo a Agência France Presse, Gallant frisou que a ofensiva militar ao território palestino seguirá avançando até a recuperação de todos os reféns mantidos pelo Hamas no sul de Israel em 7 de outubro.
Pós-conflito
O comunicado de Gallant da a entender que Israel pretende devolver aos palestinos um controle parcial sobre a Faixa de Gaza, em mãos de autoridades que estejam sujeitas a condições impostas por Tel Aviv – mas sem especificar quais seriam essas autoridades.
IDF
Tropas de Israel operando dentro da Faixa de Gaza nesta foto divulgada para publicação em 4 de janeiro de 2023.
“Os palestinos de Gaza estarão no comando, com a condição de que não haja ações hostis ou ameaças contra o Estado de Israel”, afirmou o ministro israelense.
O jornal israelense The Times of Israel, afirma que o plano já foi apresentado ao governo dos Estados Unidos e tem quatro “pilares” para o governo civil em Gaza no pós-guerra.
Em um primeiro momento, Israel coordenará e planejará um papel de supervisão na gestão civil e será responsável pela inspeção das mercadorias recebidas.
A segunda etapa partirá por um grupo de trabalho liderado pelos Estados Unidos, em parceria com nações árabes aliadas de Israel, que assumirá a responsabilidade pela gestão dos assuntos locais e pela reabilitação econômica da Faixa de Gaza.
A terceira fase incluiria o Egito, apontado como um “ator importante” no plano. O país africano assumiria a responsabilidade sobre a principal fronteira civil com a fronteira para a Faixa de Gaza, mas também se submeteria a condições impostas por Israel a esta tarefa.
A quarta e última etapa consistiria em estabelecer os mecanismos administrativos, novamente sob condições impostas por Israel. A proibição de que sejam pessoas ligadas ao Hamas seria apenas uma dessas exigências.