A reunião do governo de Israel desta sexta-feira (05/01) que determinou um novo plano para a sequência da guerra em gaza terminou em confronto entre os ministros presentes. A informação é do jornal israelense Times of Israel.
De acordo com o periódico, as discordâncias entre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o chefe da Defesa, Yoav Gallant, começaram quando políticos de direita criticaram a iniciativa das Forças de Defesa de Israel (IDF) em investigar a própria atuação na campanha militar atual em Gaza.
O Canal 12 informou que o ministro Gallant teria acusado o premiê Netanyahu de prejudicar a segurança de Israel. Segundo o veículo, a acusação é relacionada à proibição do governo em realizar reuniões com os chefes das agências de segurança e inteligência do país, Shin Bet e Mossad, respectivamente, para discutir a situação dos reféns e possivelmente um novo acordo de troca de prisioneiros com o Hamas.
A briga entre os políticos de direita, incluindo alguns do partido Likud do Netanyahu, miraram o Chefe das Forças de Defesa de Israel, Herzi Halevi, com relação à investigação operacional interna das IDF sobre a guerra em curso.
As farpas trocadas na reunião trouxe à tona tensões de longa data entre os militares e alguns membros da coligação de extrema direita que auxiliou a eleição de Netanyahu sobre as políticas de Israel em relação aos palestinos, expondo fissuras na frente ampla apresentada pelo gabinete desde o início da guerra, há três meses.
Kobi Gideon/GPO
Yoav Gallant, Benjamin Netanyahu e Herzi Halev estavam envolvidos na discussão durante encontro do governo
A mídia local citou fontes anônimas que estavam presentes na reunião e relataram que Netanyahu interrompeu a reunião na madrugada desta sexta-feira, após três horas de encontro, aos gritos. Não houve declaração do governo sobre a sessão.
O encontro estava inicialmente marcado para terça-feira (02/01), mas foi adiada após o assassinato do líder político do Hamas, Saleh al-Arouri, em Beirute, que foi amplamente atribuído a Israel.
As discussões sobre a investigação das IDF em relação às falhas de segurança no dia 07 de outubro interrompeu o curso da reunião que estava planejada para discutir apenas o plano israelense para o pós-guerra em Gaza. É esperado que Israel debata os novos posicionamentos com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, quando este chegar a Israel na próxima semana.
Os relatos dessa discussão vazaram para a mídia israelense, visto que o conteúdo de tais reuniões é secreto e não divulgado publicamente, a não ser por meio de comunicados oficiais. O líder da oposição Yair Lapid, antigo primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros, disse que as informações vazadas da reunião eram a prova de que o Netanyahu precisava ser substituído, mesmo durante a guerra.