Após a visita do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a Israel, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou nesta quarta-feira (18/10) que “não impedirá a assistência humanitária do Egito”.
O comunicado afirma que a decisão decorre do pedido de Biden e será permitida desde que seja “apenas comida, água e medicamentos para a população civil localizada no sul da Faixa de Gaza”. Israel ainda apontou que esses suprimentos não devem chegar ao grupo palestino Hamas.
In light of the sweeping and vital American support for the war effort, as well as US President Biden’s request for basic humanitarian assistance, the streamlined Security Cabinet unanimously decided >>https://t.co/XPmQIQPpzE
— Prime Minister of Israel (@IsraeliPM) October 18, 2023
Apesar de ceder espaço à ajuda humanitária vinda do Egito, o governo de Tel Aviv insistiu que “não permitirá qualquer assistência humanitária do seu território para a Faixa de Gaza” enquanto os cidadãos civis israelenses sequestrados pelo Hamas “não forem devolvidos”.
A exigência da troca de cativos por suprimentos básicos em Gaza é discutida desde a primeira semana de guerra, tendo a Cruz Vermelha como mediadora da situação.
Twitter/MFA Palestine
Exigência da troca de cativos por suprimentos básicos em Gaza é discutida desde a primeira semana de guerra
No comunicado, Israel também exigiu que a organização de direitos humanos faça uma visita aos civis sequestrados, lembrando que ela está “mobilizando um amplo apoio internacional para esta exigência”.
Em 9 de outubro, Israel impôs um “cerco total” a Gaza, impedindo que água, alimentos, combustível e eletricidade fossem acessados pelos mais de dois milhões de palestinos na região. Segundo o Ministério da Energias israelense, o acesso seria reestabelecido apenas quando os civis israelenses fossem libertados.
Incerteza sobre chegada de ajuda humanitária
Segundo declarações da diretora-geral do Crescente Vermelho (Cruz Vermelha) na Palestina, Marwan Jilani, a Al Jazeera, “ninguém sabe se a tão necessária assistência humanitária chegará realmente à Faixa de Gaza”.
A representante adiantou que há preparativos para a entrega de suprimentos “assim que a passagem da fronteira” for aberta, em especial para os pacientes em hospitais e a população em geral.
No entanto, Jilani afirmou que possuir os suprimentos ou organizar o envio da ajuda não é necessariamente o problema face às decisões de Israel em continuar impedindo ajuda.
“Como ouvimos do próprio ministro da defesa [israelense, Yoav Galant], é na verdade uma punição coletiva e consiste em fazer as pessoas em Gaza passarem fome”, falou a diretora ao jornal catari.