O governo de Israel admitiu nesta sexta-feira (15/12) ter matado, “por um trágico erro”, três reféns durante os combates em Shujaia, no centro da Faixa de Gaza. O porta-voz militar Daniel Hagari explicou que os soldados os confundiram com suspeitos e atiraram neles.
Os reféns foram identificados como Yotam Haim e Alon Shamriz, que foram sequestrados do Kibutz Kfar Aza em 7 de outubro, e Samer Talalka, que foi sequestrado do Kibutz Nir Am no mesmo dia. Segundo Hagari, provavelmente, os três haviam se libertado ou ficado desacompanhados durante os combates.
“Durante os combates, uma unidade do exército identificou erroneamente três israelenses como uma ameaça. A unidade disparou na direção deles, e eles foram mortos. Imediatamente surgiu uma suspeita. Seus corpos foram transferidos para Israel para reconhecimento”, disse Hagari.
Os reféns foram identificados como Yotam Haim e Alon Shamriz, que foram sequestrados do Kibutz Kfar Aza em 7 de outubro, e Samer Talalka, que foi sequestrado do Kibutz Nir Am no mesmo dia.
Hagari disse que o Exército israelense assume plena responsabilidade pelo ocorrido. O porta-voz da Força de Defesa de Israel (IDF) acrescentou no comunicado oficial, que o país ainda está “reunindo fatos sobre o tiroteio fatal”, e que “lições e instruções relacionadas à identificação de referências em zonas de batalha foram imediatamente comunicadas às equipes militares em toda a Faixa de Gaza”.
Já o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou em um comunicado lamentar o ocorrido. “Juntamente com todo o povo de Israel, lamento em profunda tristeza à morte dos três reféns. Esta é uma tragédia insuportável e Israel está de luto pela perda”, disse.
Reprodução/IDF
Forças de defesa israelenses mataram três reféns ‘por um trágico erro’ em Gaza
De acordo com a televisão pública Kan, é possível que, após 70 dias de prisão, os três reféns estivessem vestindo roupas típicas da população palestina.
Antes do anúncio da morte dos três reféns israelenses, Israel havia dito mais cedo que acreditava que 132 reféns ainda estão em Gaza, dos quais 112 estariam vivos. A Associação de Prisioneiros Palestinos disse que Israel deteve mais de 4.400 palestinos desde 7 de outubro e mantém cerca de metade deles sem acusação formal.
De acordo com o jornal israelense The Times of Israel, acontece protestos massivos em Tel Aviv, exigindo ao governo que tome iniciativa para garantir a libertação dos reféns, depois do incidente das IDF em Gaza. Os manifestantes bloquearam as ruas e o trânsito enquanto marchavam em direção ao quartel-general militar das forças de defesa em Kirya.
O ministro do gabinete de guerra, Benny Gantz, escreve no X (antigo Twitter) que promete fazer “tudo” para devolver os reféns restantes após o assassinato dessas três pessoas.
Segundo o jornal britânico The Guardian, ainda nesta sexta-feira, os militares de Israel recuperaram corpos de outros três reféns em Gaza: Elya Toledano, 28, um civil franco-israelense, e dois soldados, Nik Beizer e Ron Scherman, ambos de 19 anos.
A ofensiva militar de Israel em Gaza matou mais de 20.000 pessoas, a maioria mulheres e crianças, segundo autoridades palestinas.
(*) Com Ansa.