Israel e Hamas seguem em negociações para um cessar-fogo e a liberação dos reféns israelenses em troca da soltura de presos palestinos.
Segundo a imprensa local, uma delegação de Israel irá ao Catar para continuar as negociações, com mediação de França, EUA, Egito e do próprio Catar.
Uma fonte palestina indicou à Sky News Arabia que o primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina (AP), Mohammed Shtayyeh, poderia renunciar em breve, aceitando a pressão para que seja formado um governo técnico para a reconstrução de Gaza após o conflito.
Fontes da AP, porém, negaram a expectativa para os próximos dias, afirmando que a possibilidade está em jogo apenas “para o futuro”.
Representantes de ambos os lados viajarão ao Egito para novas discussões a fim de estabelecer um cronograma e o mecanismo de implementação, disseram as fontes palestinas.
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Acordo envolve troca de reféns israelenses por presos palestinos
O gabinete de guerra israelense se reuniu no sábado à noite (24/02) para considerar a oferta da reunião de Paris, mas nenhuma decisão oficial foi comunicada. No entanto, algumas fontes anônimos, citados pelos meios de comunicação locais, declararam que o acordo foi aprovado.
O plano em questão propõe um cessar-fogo de seis semanas e a libertação de 200 a 300 prisioneiros palestinos em troca de 35 a 40 reféns detidos pelo Hamas – ou um por dia de trégua –, segundo um responsável do movimento palestino citado pela AFP.
Entre os reféns a serem libertados estão mulheres civis, soldados, homens com mais de 50 anos e israelenses em graves condições de saúde, especifica Axios, em referência a uma proposta norte-americana. O número de prisioneiros palestinos libertados por cada soldado seria superior ao de outros prisioneiros libertados na primeira versão do acordo, segundo a mesma proposta.
Ofensiva em Rafah
Desde sábado (24/02), os meios de comunicação israelenses, incluindo alguns canais de TV, têm manifestado um certo “otimismo” em relação à implementação desta proposta. “Provavelmente há espaço para avançar em direção a um acordo”, anunciou o oficial de segurança nacional israelense, Tzachi Hanegbi, no sábado à noite, em entrevista à TV local.
O Hamas também afirmou que não esteve envolvido no plano traçado pelos Estados Unidos, Egito e Catar, segundo a Associated Press, embora o seu líder político, Ismail Haniyeh, tenha visitado o Cairo na semana passada.
O anúncio do plano de Paris, juntamente com as reuniões planejadas no Catar e Egito esta semana, aumentam a esperança de um acordo antes do Ramadã, que começa 10 de Março, enquanto Israel tem repetidamente ameaçado lançar uma ofensiva contra Rafah se todos os reféns não foram libertados antes desta data.
Se aprovado, o acordo poderá conceder uma trégua aos palestinos durante este período sagrado, a guerra em Gaza deixou 29.692 mortos desde outubro, segundo um relatório anunciado neste domingo pelo Ministério da Saúde palestino.
Enquanto se aguarda o progresso nas negociações, Tel Aviv continua preparando a ofensiva contra Rafah, onde 1,5 milhões de palestinos estão amontoados em condições humanitárias desastrosas, com propagação de fome e doenças.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou que convocaria o gabinete de guerra esta semana para “aprovar planos operacionais”, que supostamente incluem a evacuação de civis.
(*) Com ANSA
(*) Com AFP
(*) Com Al Jazeera