A sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas abriu nesta quinta-feira (26/10) com um confronto de posicionamentos entre os embaixadores de Israel e Palestina diante do conflito que começou em 7 de outubro, quando o Hamas lançou uma ofensiva contra o território israelense.
Enquanto o embaixador da Palestina na ONU, Riyad Mansour, reforçou a necessidade da ajuda humanitária e lamentou o aumento incessante de vítimas na região, Gilad Erdan, embaixador de Israel, mais uma vez, rechaçou a ideia de cessar-fogo e manifestou que a guerra não é contra os palestinos em si, mas sim contra a “organização terrorista jihadista Hamas”.
Mansour se manteve emotivo durante a intervenção, e implorou pelo cessar-fogo: “se você não parar com isso por todos aqueles que foram mortos, pare com todos aqueles que podem ser salvos.”
O diplomata palestino ressaltou, inclusive, que os palestinos sobreviveram a décadas de ocupação, a 16 anos de bloqueio e a cinco guerras em Gaza, apelando aos membros da ONU para que defendam os princípios da paz e mantenham as gerações futuras longe do flagelo da guerra:
“Vote para acabar com a matança, vote para acabar com esta loucura. Vidas estão em jogo. Salvem vidas”, suplicou.
Palácio do Planalto/Flickr
Países discutem resolução durante Asssembleia-Geral da ONU sobre conflito entre Israel e Hamas
Já o embaixador israelense destacou as mortes de seus civis, questionando a “hipocrisia” de que não haja uma “única condenação ao grupo palestino”:
“Israel foi e continua sendo atacado no sul pelo Hamas e no norte pelo Hezbollah. Enquanto isso, essa resolução pede um cessar-fogo imediato. Cessar-fogo significa dar tempo para o Hamas reabastecer suas munições para que possa atacar de novo”, afirmou Erdan.
Ainda sobre essa questão, o diplomata israelense deixou claro que sua nação não vai descansar até que o grupo palestino seja completamente “eliminado”.
O discurso de Erdan também se opõe à manifestação do presidente da Assembleia Geral da ONU, Dennis Francis, que na abertura da sessão ressaltou que “a violência tem que acabar agora”, condenando tanto o Hamas quanto Israel pelos ataques indiscriminados a milhares de civis inocentes em Gaza:
“O bombardeamento incessante por Israel e as suas consequências são extremamente alarmantes”, disse o representante da ONU.