A ONG Oxfam, que realiza estudos sobre os fenômenos relacionados à desigualdade socioeconômica no planeta, apresentou um informe nesta quarta-feira (25/10) no qual acusa o governo de Israel de “usar a fome da população civil palestina na Faixa de Gaza como arma de guerra”.
A organização afirma que sua denúncia se baseia na “análise dos dados entregues pela Organização das Nações Unidas (ONU), da qual se conclui, desde o início do cerco total à cidade (imposto no dia 9 de outubro) que apenas 2% dos alimentos que deveriam ter sido entregues à população residente em Gaza entraram efetivamente nesse território”.
“Embora tenha sido autorizada a entrada de uma pequena quantidade de ajuda alimentar, não foram efetuadas importações comerciais de alimentos”, acrescenta o relatório.
A Oxfam calcula que há pouco mais de 2,2 milhões de pessoas atualmente na Faixa de Gaza. “É uma situação é absolutamente horrível. São milhões de pessoas sofrendo um castigo coletivo às vistas do mundo”.
“Não pode haver justificação para usar a fome como arma de guerra. Os líderes mundiais não podem continuar a ficar de braços cruzados, têm a obrigação de atuar”, completou o comunicado da ONG.
Oxfam
Residentes de Gaza receberam apenas 2% dos alimentos que deveriam ter sido entregues nas últimas duas semanas
A Oxfam Internacional é uma confederação que reúne 19 organizações e que atua em ao menos 90 países. Segundo seu site oficial, a entidade trabalha na “busca de soluções para o problema da pobreza, desigualdade e da injustiça, por meio de campanhas, programas de desenvolvimento e ações emergenciais”.
Colapso do sistema de saúde
Além da fome, a população de Gaza também está enfrentando os problemas do colapso do sistema de saúde, anunciado também nesta quarta-feira (25/10) pelo porta-voz do Ministério da Saúde local, Ashraf al-Qudra.
“O sistema de saúde em Gaza se encontra em um estado de colapso total. Grande parte das estruturas está fora de serviço, seja em função dos efeitos causados pelos bombardeios ou pela falta de pessoal e de material médico”, afirmou o porta-voz.
Al-Qudra também relatou que os centros médicos que ainda estão operando sofrem com escassez de energia, o que está afetando os trabalhos. “A comunidade internacional não levou em conta os nossos avisos sobre o fato de os hospitais estarem a ficar fora de serviço”.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, um total de 756 pessoas, incluindo 344 crianças, foram mortas nas últimas 24 horas.
Com informações da Al Jazeera.