Em entrevista coletiva a meios locais, realizada nesta segunda-feira (15/04), o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, reclamou dos ataques israelenses a demais países da região e sobre o que considera uma postura de “tolerância inconsequente” da comunidade internacional para com o regime sionista de Tel Aviv.
Segundo Mikati, “as agressões de Israel não podem ser toleradas. Muitos países da região estão tendo que lidar com muitas mortes de civis inocentes, destruição de infraestruturas e violação do nosso espaço aéreo”.
O mandatário usou como exemplo dessas agressões não só os ataques à região do sul do Líbano como também a ofensiva militar na Faixa de Gaza, iniciada em outubro passado e que já matou mais de 33 mil civis palestinos, e também o atentado ao complexo diplomático do Irã em Damasco, capital da Síria, realizado no dia 1º de abril, que resultou na morte de alguns altos oficiais do Exército iraniano, incluindo o general Mohammad Reza Zahedi.
Em seguida, o premiê libanês disse que “Israel está arrastrando a região inteira para uma guerra e a comunidade internacional deve prestar atenção sobre esta questão”.
“Não pode continuar com esta tolerância inconsequente. É preciso acabar com esta guerra agora, para que isto não se transforme em algo incontrolável”, completou Mikati.
O líder libanês também reclamou da “inação” do Conselho de Segurança, principal instância da Organização das Nações Unidas (ONU), diante dos ataques israelenses contra o território do seu país, acrescentando que seu governo “informou sobre todas as dezenas de ataques que foram registrados este ano, e nenhum deles mereceu resposta”.
No início de abril, Mikati denunciou que os ataques israelenses contra o sul do Líbano custaram a vida a 313 pessoas, enquanto cerca de mil pessoas ficaram feridas e cerca de 100 mil foram deslocadas das suas casas.
O governo libanês também alertou que o setor agrícola no sul do país está sofrendo com a perda de cerca de 800 hectares de terras, o que significa que 75% dos agricultores da região perderam sua fonte de rendimento, segundo dados levantados pelas autoridades locais.