Segunda-feira, 19 de maio de 2025
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O comissário da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) alertou, nesta quinta-feira (08/02), que aproximadamente 300 mil palestinos situados no norte da Faixa de Gaza estão “à beira da fome”. De acordo com Philippe Lazzarini, a última vez que a entrada de alimentos e ajuda humanitária foi permitida na região foi em 23 de janeiro. 

Dois dias antes, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) havia revelado que, no mês passado, Israel rejeitou 22 pedidos apresentados pelo órgão para abertura de pontos de inspeção em Wadi Gaza, no centro do enclave, com o objetivo de levar ajuda humanitária às áreas do norte do território palestino.

Isso pelo fato de que, em novembro, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) dividiram a Faixa de Gaza em três seções, sendo que em cada uma delas foram instaladas postos de controle por onde a passagem de recursos básicos não é permitida sem o aval israelense.

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Lazzarini ainda resgatou o levantamento divulgado no começo desta semana pelo próprio OCHA, ao dizer que “desde o início do ano, metade dos nossos pedidos de missões de ajuda humanitária ao norte foram rejeitados”. 

Agência da ONU de Assistência aos Refugiados da Palestina informou que última vez que Israel liberou entrada de alimentos no norte de Gaza foi em 23 de janeiro

Twitter/UNRWA

Mais de 300 mil palestinos estão à beira da fome, denuncia Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina

Na segunda-feira (05/02), o órgão internacional havia revelado que, em janeiro, das 61 missões planejadas ao norte, apenas 10 (16%) foram facilitadas pelas autoridades israelenses; duas (3%) foram parcialmente facilitadas; 34 (56%) tiveram acesso negado; e seis (10%) foram adiadas pelas próprias organizações humanitárias devido a “restrições operacionais internas”.

Diante desse cenário, Lazzarini reiterou seu apelo para um cessar-fogo, ideia que segue sendo descartada pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.

Diversas entidades internacionais que trabalham com o fornecimento de ajuda humanitária ao povo palestino têm relatado, há meses, que a situação na Faixa de Gaza é preocupante. 

A ofensiva israelense por vias aérea, marítima e terrestre, que já ultrapassa a marca dos quatro meses de guerra, também provocou um deslocamento massivo de residentes no enclave.

85% dos palestinos, o equivalente a 1.9 milhão de pessoas, foram forçados a deixar seus lares em decorrência dos ataques promovidos pelas forças israelenses, e mais de meio milhão dos cidadãos enfrenta insegurança alimentar, segundo o levantamento divulgado pela própria UNRWA, no fim de janeiro.