Quatro hospitais na Faixa de Gaza foram atingidos por Israel nesta sexta-feira (10/11), durante a noite, resultando em mortes e feridos. O número de vítimas ainda não é preciso, de acordo o Ministério da Saúde de Gaza. Os militares israelenses atacaram novamente as proximidades do Hospital Al-Shifa, o maior complexo médico do enclave. O alvo, desta vez, foi o quintal da estrutura, onde abrigava milhares de palestinos deslocados.
Segundo a emissora catari Al Jazeera, o porta-voz do Ministério da Saúde local, Ashraf al-Qudra, avaliou que Israel está querendo pôr os hospitais “completamente fora de serviço” para deslocar as pessoas abrigadas neles, tanto os pacientes quanto os médicos.
Já de acordo com o Exército israelense, o Hamas estaria conduzindo ataques nas imediações do complexo, o que foi negado pelo grupo palestino e pelos funcionários do hospital.
O diretor-geral do Hospital Al-Shifa, Mohammad Abu Salmiya, acrescentou que o ataque atingiu civis que estavam próximos a vários jornalistas no pátio. Quatro ficaram feridos, e dois se encontram em estado grave.
“Poderia ter sido um massacre devido ao número de pessoas no complexo”, afirmou Abu Salmiya à Al Jazeera.
O diretor também informou que as forças israelenses haviam bombardeado um prédio próximo ao hospital momentos antes de atingir o quintal do Al-Shifa, o que gerou pânico entre os médicos e pacientes que estavam na instalação.
Flickr/Al-Shifa
Israel bombardeia quatro hospitais em apenas uma noite, de acordo com autoridades palestinas
Além do Hospital Al-Shifa, outros dois hospitais infantis, al-Rantisi e al-Nasser, foram atingidos pelos bombardeios nesta sexta-feira (10/11). O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Indonésia também informou que as explosões durante a noite danificaram o Hospital Indonésio, que fica no extremo norte do enclave, com milhares de palestinos feridos e deslocados abrigados nas proximidades.
“A Indonésia condena mais uma vez os ataques selvagens contra civis e bens civis, especialmente instalações humanitárias em Gaza”, afirmou o ministério, em comunicado.
O ataque a Al-Shifa é o mais recente de uma série de bombardeios aos hospitais da Cidade de Gaza ou nas proximidades, apesar de, um dia antes, Israel ter concordado em estabelecer uma pausa humanitária diária de 4 horas para que civis pudessem deixar o norte do enclave e “fugir” dos bombardeios.
Nesta sexta-feira (10/11), o Ministério da Saúde de Gaza contabiliza pelo menos 11.078 mortos e mais de 27.490 feridos na região. A pasta incluiu a informação de que 198 médicos perderam a vida, 53 ambulâncias foram destruídas e 21 hospitais estão fora de serviço.
Já as autoridades de Tel Aviv registram ao menos 1,600 mortos desde o início do conflito, em 7 de outubro, quando o Hamas lançou uma ofensiva contra Israel.