Um dos líderes do Hamas relatou, neste sábado (16/12), que mais de 8 mil palestinos estão desaparecidos sob os escombros, um resultado dos intensos e descontrolados bombardeios israelenses na região.
Durante uma conferência de imprensa em Beirute, no Líbano, Osama Hamdan, do comitê político da organização palestina, detalhou que 70% do número total de mortos e desaparecidos são mulheres e crianças.
“A ocupação cometeu muitos massacres nos 71 dias de guerra em Gaza. A agressão continua na Cisjordânia ocupada, onde foram registradas 300 mortes desde 7 de outubro”, disse a autoridade palestina.
Hamdan chegou a criticar o governo israelense ao afirmar que “não se preocupa nem com as vidas dos seus próprios soldados e apenas os empurra para esta guerra onde não há vitória”, em referência ao episódio do dia anterior, em que as autoridades de Tel Aviv admitiram ter matado, “por um trágico erro”, três reféns durante os combates em Shujaia, no centro da Faixa de Gaza.
Na ocasião, o porta-voz militar Daniel Hagari explicou que os soldados os confundiram com suspeitos e atiraram neles.
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Com mais de 8 mil palestinos desaparecidos sob os escombros, Osama Hamdan condenou os ataques descontrolados das FDI na região
“Durante os combates, uma unidade do exército identificou erroneamente três israelenses como uma ameaça. A unidade disparou na direção deles, e eles foram mortos”, disse Hagari.
O líder do Hamas ainda afirmou que a única condição para Israel “trazer de volta os seus civis e soldados vivos” seria por meio de um cessar-fogo efetivo e negociação de acordo.
No entanto, pelo outro lado, as autoridades do Estado judeu insistem em atacar o território palestino, a qualquer custo.
Ainda neste sábado (16/12), o próprio chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa israelense, Herzl Halevi, divulgou um comunicado reforçando que os combates devem continuar na Faixa de Gaza, apesar da morte dos três prisioneiros que, no momento do ocorrido, estavam “segurando bandeiras brancas”, confundindo os soldados.
O representante admitiu o equívoco da unidade militar e tomou a responsabilidade pela morte dos reféns israelenses.
“Acho que os três detidos fizeram tudo para que pudéssemos entender”, argumentou Halevi, com tom insensível, sem abandonar a operação militar em Gaza. “Devemos continuar vigorosamente a luta sem tirar os olhos dos objetivos”.