Em uma reunião de emergência realizada neste domingo (10/12) na Organização Mundial da Saúde (OMS), a agência internacional divulgou dados alarmantes sobre a situação em Gaza, destacando que quase metade de todas as mortes na região são de crianças. Segundo os números apresentados pela OMS, das 17 mil vítimas em Gaza, 7,7 mil são crianças, o que representa mais de 45% do total.
A reunião de emergência foi convocada pelos países árabes, contando com o apoio do Brasil e da China. O diretor-geral da OMS, Tedros Gebreyesus, abriu o debate, enfatizando a natureza “catastrófica” da situação e alertando para o surgimento de doenças entre os sobreviventes.
Tedros expressou compreensão pela raiva e medo do povo de Israel diante dos ataques do Hamas, mas destacou a intolerabilidade da situação para os palestinos, onde praticamente toda a população está deslocada e enfrenta condições precárias. Ele alertou para o risco de epidemias, apontando que a crise deve piorar nas próximas semanas com a chegada do inverno.
O diretor-geral da OMS também informou que a infraestrutura de saúde está à beira do colapso, com apenas um terço dos hospitais em operação. Durante a reunião, Tedros criticou o veto dos EUA à resolução de um cessar-fogo em Gaza no Conselho de Segurança da ONU.
UNRWA/Twitter
Praticamente toda a população palestina está deslocada e enfrenta condições precárias em Gaza
O governo de Israel, por sua vez, afirmou que não suspenderá suas operações em Gaza, alegando atuar dentro do direito internacional, uma posição contestada pela ONU.
O embaixador do Brasil, Tovar da Silva Nunes, expressou séria preocupação com a catástrofe humanitária e o iminente colapso do sistema de saúde em Gaza. Ele pediu ação urgente para mudar a situação, instando todas as partes do conflito a protegerem a população civil e garantirem acesso à assistência médica.
O governo brasileiro alertou para a necessidade de cumprir as regras da guerra, pedindo que todas as partes evitem ataques a instalações de saúde. O embaixador destacou a adesão do Brasil à resolução que visa fortalecer o trabalho da OMS em Gaza, incluindo a avaliação da situação de saúde e a assistência técnica e material ao povo palestino. Se nada for feito, o alerta é claro: pessoas não tratadas poderão morrer nos próximos dias devido à falta de acesso a serviços e suprimentos básicos de saúde.