Em evento realizado nesta quarta-feira (12/04) no Parlamento Europeu, em Bruxelas, a relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU), Francesca Albanese, apresentou um informe com o título “Anatomia de um Genocídio”, no qual detalha as estatísticas a respeito do massacre da população palestina como resultado da ofensiva militar promovida por Israel à Faixa de Gaza desde outubro passado.
Durante o evento, a funcionária da ONU enfatizou a necessidade de que os países do bloco apliquem um embargo de armas e petróleo contra Tel Aviv, como forma de pressionar por um cessar-fogo na região.
“As ações perpetradas em Gaza, como o assassinato em massa de civis ou o ataque a estruturas sensíveis, como hospitais ou locais de refúgio, são atos deliberados para destruir fisicamente uma população, assim como a utilização da fome como arma”, argumentou Albanese.
O informe da ONU apresenta estatísticas diversas, como as mais de 33 mil mortes de civis; a forte restrição no acesso à água, alimentos e insumos básicos por mais de 90% da população do território; e a destruição de mais de 93% das terras cultiváveis por pequenos agricultores da região.
Após mostrar essas e outras cifras, Albanese fez um apelo aos eurodeputados para que “não sejam cúmplices do massacre em Gaza, e decretem um embargo de armas e petróleo, visando obrigar a um cessar-fogo imediato e permanente”.
Ademais, a relatora da ONU ressaltou que a medida não visa “castigar Israel” e sim “fazer com que o país volte a cumprir o direito internacional”.
Ao finalizar sua apresentação, Albanese fez outro apelo, ao pedir que mais nações europeias apoiem a causa promovida pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ). No processo, que tramita no tribunal também ligado à ONU, Israel é acusado de cometer genocídio contra a população residente na Faixa de Gaza.
Além da África do Sul, outros países como Argélia e Colômbia já solicitaram ser parte da acusação contra Tel Aviv. Entre os países europeus, apenas Irlanda e Espanha têm tomado posturas mais abertamente condenatórias ao massacre cometido por Israel em Gaza – e mesmo esses não aderiram à causa sul-africana.