Parlamentares israelenses votaram a favor da declaração do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para rejeitar qualquer reconhecimento “unilateral” de um Estado palestino, à medida que crescem os apelos internacionais para a retomada das negociações sobre a criação de um Estado palestino.
O pronunciamento foi feito nesta quarta-feira (21/02) e recebeu apoio de parlamentares tanto governistas quanto da oposição, acumulando 99 votos dos 120 parlamentares.
“O Knesset reuniu-se numa esmagadora maioria contra a tentativa de nos impor o estabelecimento de um Estado palestino, o que não só não conseguiria trazer a paz, mas colocaria em perigo o Estado de Israel”, disse Netanyahu.
A votação foi rechaçada pelo Ministério das Relações Exteriores e Expatriados da Palestina, que acusou Israel de manter o povo palestino como refém pela ocupação de territórios onde procuram estabelecer um Estado independente.
“Reafirmamos que a plena adesão do Estado da Palestina às Nações Unidas e o seu reconhecimento por outras nações não requer permissão de Netanyahu”, afirmou o comunicado da chancelaria.
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KNESSET, JERUSALÉM, ISRAEL 3 de outubro de 2019. Reunião do Parlamento israelense
Vale lembrar que não há negociações sobre a criação de um Estado palestino desde 2014. Naquele ano, Israel se recusou a aceitar um Estado que abrangesse todo o território palestino ocupado ilegalmente por forças do regime sionista.
Outro obstáculo que impede a criação de um Estado palestino é a expansão ilegal dos colonatos israelenses em territórios que Israel capturou na Guerra Árabe-Israelense de 1967. Os colonatos, que em muitas áreas separam as comunidades palestinas umas das outras, são considerados uma violação do direito internacional.
Hamas rechaça votação do Knesset contra Estado palestino
Em resposta ao parlamento israelense, que rejeitou um Estado palestino, o Hamas apelou à comunidade internacional para que reconheça a Palestina.
“Esta votação coloca a comunidade internacional e a ONU perante um verdadeiro teste de rejeição dos ditames da ocupação sionista e das suas decisões que são fundamentalmente inválidas e que visam acabar com a causa palestina através da continuação da guerra de extermínio que está sendo patrocinada e apoiada pelo governo do presidente Biden”, disse o grupo em comunicado no Telegram.