O governo de Israel cancelou uma viagem ao Catar planejada pelo chefe de inteligência do país (Mossad) para retomar as negociações sobre um possível segundo acordo para libertar reféns detidos pelo grupo palestino Hamas em Gaza.
A informação foi confirmada por uma fonte próxima das negociações à CNN nesta quinta-feira (14/12).
Segundo a publicação, o diretor do Mossad, David Barnea, não viajará para Doha, capital do Catar, onde ocorreram as negociações anteriores de troca de prisioneiros.
Nesta quarta-feira (13/12), a emissora israelense Canal 13 já havia informado que o gabinete de guerra liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tinha cancelado a missão de Barnea.
Logo após, os familiares dos reféns israelenses detidos em Gaza disseram estar “chocados” com a notícia de que o gabinete de guerra de Israel decidiu não enviar o chefe do Mossad ao Catar para negociações sobre um novo acordo com o Hamas.
Os parentes exigiram uma “explicação imediata” a Netanyahu, informou a imprensa local. “Este anúncio soma-se ao desconhecimento do pedido dos pais para se reunirem com o primeiro-ministro e o ministro da Defesa, que ainda não foram atendidos”, diz um comunicado.
Palácio do Planalto/Flickr
Governo de Israel também não sabia sobre reuniões solicitadas por familiares dos reféns
Desde o início do conflito, em 7 de outubro, cerca de 240 pessoas, incluindo mulheres, crianças e idosos, foram feitas reféns pelo grupo palestino, que os chamam de prisioneiros de guerra, com o objetivo de serem trocados por palestinos que estão presos em Israel sem penas ou condenações.
Após negociações, dezenas de reféns foram libertados. O governo de Israel acredita que ao menos 135 reféns permanecem em Gaza, sendo 116 vivos, uma vez que seus bombardeios que já vitimaram 18 mil palestinos também atingiram reféns israelenses.
Pausa humanitária
As negociações entre Israel e Hamas para a realização de mais trocas de reféns e tréguas no conflito não foram retomadas desde que as conversas realizadas em Doha foram interrompidas no começo de dezembro.
Após a trégua, Israel voltou a atacar Gaza, mas de Norte a Sul, bombardeando áreas inclusive que anteriormente havia sugerido que palestinos refugiados se direcionassem a procura de um lugar seguro.
Assim, também nesta quinta-feira, o Cogat, órgão militar e civil israelense que governa os territórios, anunciou que o Exército aplicará uma “pausa tática humanitária” até às 14h (horário local) de hoje no subúrbio de Al-Salam, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, “para permitir que os civis reabasteçam seus alimentos e água”.
(*) Com Ansa