Durante uma coletiva de imprensa em Paris, na França, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, declarou nesta terça-feira (02/04) que a Ucrânia está em um “momento crítico” na guerra contra a Rússia e ressaltou a necessidade de fornecer apoio ocidental às autoridades de Kiev para que possam “se defender”.
“É absolutamente essencial levar aos ucranianos o que eles continuam precisando para se defender, particularmente quando se trata de munições e defesas aéreas”, afirmou o chefe de diplomacia, ao lado do ministro da Defesa francês, Sebastien Lecornu.
“É mais uma razão pela qual o Congresso dos Estados Unidos deve imediatamente cumprir o pedido de orçamento suplementar feito pelo presidente (Joe) Biden”, acrescentou Blinken.
Mais cedo, o secretário norte-americano e o ministro francês visitaram uma fábrica pertencente à produtora de armas Nexter, que desenvolve canhões de obuseiros Caesar para a frente ucraniana. Lecornu prometeu a fabricação mensal de 12 canhões do tipo, ou seja, o dobro do que se produz atualmente.
“Este canhão se tornou o símbolo da coligação de ‘artilharia’, com um aumento significativo das capacidades de produção: [de] dois [para] seis por mês, e (…) vamos aumentar a produção até 12 canhões por mês no futuro”, disse a autoridade francesa.
Blinken registrou a visita por meio de rede social, expressando apoio à Ucrânia em “sua luta contra a guerra injusta da Rússia”.
Toured a French munitions factory that is providing equipment to Ukraine as they continue their fight against Russia’s unjust war. We stand steadfast with our partners and allies in support of Ukraine’s sovereignty and territorial integrity. pic.twitter.com/WAVx9WWFtw
— Secretary Antony Blinken (@SecBlinken) April 2, 2024
Vale lembrar que Biden pediu à Câmara dos Representantes, controlada pelos republicanos, que endosse o pacote de ajuda militar e financeira destinado à Ucrânia. No entanto, o presidente da Câmara, Mike Johnson, adiou o assunto durante meses sob a justificativa de que o país tem prioridades domésticas.
No fim do ano passado, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky apelou por ajuda ocidental e declarou que se a Ucrânia não receber esse auxílio, suas forças terão que recuar “em pequenos passos”.
EUA temem transferência de armas para Rússia
Segundo Blinken, o governo dos Estados Unidos e seus aliados estão trabalhando “dia sim, dia não” para evitar que países como China, Irã e Coreia do Norte transfiram armas para a Rússia e reforcem o poder militar russo na guerra contra a Ucrânia.
“Estamos trabalhando dia sim, dia não, para efetivamente impedir a transferência de armas e materiais para a Rússia, para abastecer essa máquina de guerra, para abastecer a base industrial de defesa, incluindo do Irã, da Coreia do Norte e da China”, disse o secretário norte-americano, classificando o fornecimento de auxílio bélico a Moscou como uma “ameaça à segurança europeia em geral”.
Washington pede investigação a Israel sobre ataque a ONG
Durante a coletiva, o secretário de Estado norte-americano também se pronunciou a respeito do ataque aéreo israelense direcionado à cidade palestina de Deir al-Balah, em Gaza, que matou sete voluntários da World Central Kitchen (WCK). Blinken disse que Washington pediu a Israel uma “investigação rápida, completa e imparcial” sobre o caso.
“Conversamos diretamente com o governo israelense sobre este incidente em particular. Pedimos uma investigação rápida, completa e imparcial”, disse o norte-americano, acrescentando que os trabalhadores humanitários precisam ser protegidos.
A WCK é uma iniciativa do chef espanhol José Andrés com o fim de fornecer refeições a áreas de catástrofe. Confirmando relatos iniciais do ataque pelo gabinete de imprensa de Gaza, a entidade listou as vítimas como cidadãos da Austrália, Polônia e Reino Unido, além de um palestino e um dupla cidadão americano-canadense.
(*) Com Al Jazeera, Le Monde e DW