Sexta-feira, 13 de junho de 2025
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O governo da Dinamarca protagonizou uma polêmica nesta quinta-feira (10/03) após pedir para refugiados sírios de Damasco e de outras cidades voltarem para seu país de origem, em meio à guerra civil, ao mesmo tempo que planeja abrigar os ucranianos que fogem da invasão russa.

A medida controversa foi divulgada enquanto as autoridades dinamarquesas elaboram uma lei para suspender as regras de asilo para refugiados ucranianos.

“Quando há guerra na Europa e um vizinho europeu é exposto ao que vemos na Ucrânia, não há a menor dúvida em minha mente: devemos ajudar da melhor maneira possível, acolher os ucranianos em solo dinamarquês”, disse o ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Mattias Tesfaye.

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Na prática, o projeto de lei facilitará o processo para os ucranianos receberem autorizações de residência “para que possam iniciar rapidamente a escola e o trabalho”.

O plano de acolhimento estaria de acordo com a União Europeia, que concede proteção temporária aos ucranianos, permitindo que eles entrem sem visto e escolham para qual país ir. Aos elegíveis, seria concedido o estatuto de refugiado em qualquer país do bloco por um período de um ano, tempo que poderia ser revisto no futuro.

Governo publicou projeto de lei que visa facilitar acolhimento de refugiados da Ucrânia depois de ter pedido para sírios que retornem a seu país de origem

Wikicommons

A decisão, no entanto, foi duramente criticada, e ativistas acusam o governo dinamarquês de “hipocrisia”, já que atualmente está pedindo aos refugiados sírios que voltem para casa apesar da guerra, colocando-os em perigo.

O Ministério da Imigração da Dinamarca, por sua vez, rebateu os comentários e disse que “todas as pessoas que buscam asilo no país têm os mesmos direitos”.

Segundo a pasta, cerca de 30 mil sírios que receberam autorização de residência na Dinamarca desde 2014 ainda vivem no país. Mas, de acordo com Michala Clante Bendixen, chefe da Refugees Welcome, a crise migratória de 2015 mostrou que, “se as pessoas vêm do Afeganistão ou da Síria, elas serão chamadas de migrantes até que tenham status de refugiado”. “Qual é a diferença?”, indagou.

Dados da ONU, a guerra na Ucrânia já gerou mais de 2,3 milhões de refugiados, sendo que a maior parte (1,4 milhão) cruzou a fronteira com a Polônia.