O presidente da Duma, o Parlamento da Rússia, acusou neste sábado (07/05) os Estados Unidos de participarem das “hostilidades na Ucrânia”.
“Não se trata apenas do fornecimento de armas e equipamentos, Washington coordena e desenvolve operações militares em nome do regime nazista em Kiev, participando assim diretamente nas hostilidades contra nosso país”, disse Vyacheslav Volodin no Telegram.
A declaração de Volodin foi dada após a imprensa norte-americana divulgar na sexta-feira (06/05) que informações de inteligência dos EUA teriam sido fornecidas aos ucranianos para atingir alvos russos.
No mesmo dia, o presidente norte-americano, Joe Biden, discutiu com os líderes dos serviços secretos e de defesa a questão do compartilhamento de informações de inteligência com a Ucrânia.
De acordo com a NBC News, o mandatário ligou para os chefes do Pentágono, da CIA e da Inteligência Nacional e ressaltou que as recentes notícias da imprensa são contraproducentes e “distraem o objetivo” do governo norte-americano.
A administração Biden, no entanto, tem negado repetidamente o importante papel da inteligência dos EUA na Ucrânia, e afirma que tais relatos são incorretos. Nenhum dos serviços de inteligência responderam a perguntas do jornal.
O jornal New York Times já havia escrito na quarta-feira (04/05), com informações de altos funcionários norte-americanos, que Washington compartilha inteligência com Kiev para localizar e eliminar generais russos, e que pelo menos 12 deles já foram assassinados durante a operação militar especial da Rússia na Ucrânia.
A acusação do presidente da Duma é feita no dia em que o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, afirmou que a guerra na Ucrânia está entrando em uma “fase decisiva”, mas que não vê uma escalada entre Moscou e a Aliança Atlântica no momento.
Um relatório militar dos EUA apontou que as forças armadas ucranianas estão expandindo a contraofensiva na região leste de Kharkiv e podem, assim, aliviar a pressão do exército russo na área.
Biden anuncia reforço militar
O presidente norte-americano anunciou nesta sexta-feira (06/05) mais um pacote de ajuda militar para a Ucrânia e informou que fornecerá munição de artilharia, radar e outros equipamentos. A informação foi anunciada pela Casa Branca.
O mandatário pediu para o Congresso dos EUA e aliados a continuarem garantindo o fluxo de armas para Kiev contra a invasão russa e ressaltou que sua “administração está quase sem fundos que podem ser usados para enviar ajuda militar à Ucrânia”.
Em comunicado, Biden não especificou o valor do novo pacote, mas fez um apelo para o Congresso aprovar sua proposta de assistência de US$ 33 bilhões para a Ucrânia. De acordo com um alto funcionário, o auxílio equivale a US$150 milhões.
Até o momento, o governo americano já havia aprovado, no total, o envio de US$ 3,4 bilhões em assistência militar desde o início da ofensiva russa, em 24 de fevereiro.
(*) Com Ansa.