O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que debateu a crise alimentar e outras questões da guerra iniciada pela Rússia, incluindo o apoio às sanções internacionais, com o mandatário brasileiro, Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira (18/07).
Na conversa, Zelensky diz ter informado Bolsonaro “sobre a situação no fronte”, em referência à guerra entre os países do leste europeu.
“Discutimos a importância da retomada da exportação dos grãos ucranianos para prevenir uma crise global de alimentos provocada pela Rússia. Eu pedi para todos os parceiros apoiarem as sanções contra o agressor”, escreveu o ucraniano no Twitter.
Até o momento, o governo brasileiro não se manifestou sobre a conversa telefônica.
Apesar do Brasil sempre ter votado contra Moscou nas resoluções debatidas na Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o atual conflito, a questão das sanções econômicas, políticas e financeiras sempre foram criticadas pela diplomacia do país nas votações.
Essas punições foram impostas pela União Europeia, Estados Unidos e Reino Unido e uma série de nações aliadas, com centenas de empresários e instituições punidas pelas ligações com o Kremlin.
@ZelenskyyUa/Twitter
‘Eu pedi para todos os parceiros apoiarem as sanções contra o agressor’, escreveu Zelensky nas redes sociais
Já Bolsonaro sempre teve uma postura de apoio a Vladimir Putin – divergindo suas falas do próprio Itamaraty. Isso se reflete também no fato de que essa é a primeira conversa formal do presidente com o líder ucraniano desde que a guerra começou, em 24 de fevereiro.
A questão da crise dos grãos, por sua vez, é um tema que provoca preocupação no mundo todo com a própria ONU e o governo da Turquia intermediando conversas diretas entre Moscou e Kiev para solucionar a crise.
A conversa entre os dois chefes de Estado foi anunciada por Bolsonaro no último dia 11 deste mês. No último domingo (17/07), em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, o presidente brasileiro disse que pretendia dar sua visão a Zelensky sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia.
“Eu pretendo falar para ele o que eu acho, se ele perguntar para mim alguma coisa, de onde podemos colaborar, eu vou dar a minha opinião. Só vou dar se ele pedir”, disse Bolsonaro.
Bolsonaro destacou que não pretendia divulgar o conteúdo da conversa desta segunda-feira, que ele afirmou ser segredo de Estado.
(*) Com Ansa e SputnikNews.