A Rússia e a Ucrânia anunciaram nesta quarta-feira (03/01) que realizaram um intercâmbio de centenas de prisioneiros de guerra, o primeiro acordado oficialmente após vários meses, no meio de uma escalada de ataques realizados pelos dois países.
“Após um complexo processo de negociação, 248 militares russos foram repatriados do território controlado pelo regime de Kiev”, disse o Ministério da Defesa russo num comunicado no Telegram.
“Mais de 200 dos nossos soldados e civis regressaram do cativeiro russo”, anunciou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
De acordo com o Comissário ucraniano para os Direitos Humanos, Dmytro Loubinets, exatamente 230 soldados ucranianos foram trocados durante esta “49ª troca” entre Kiev e Moscou desde o início do ataque russo, em fevereiro de 2022.
É “o maior em termos de número de defensores (ucranianos) repatriados”, afirmou o Centro de Coordenação Ucraniano responsável pelos prisioneiros de guerra.
No total, desde 24 de fevereiro de 2022, “2.828 defensores (ucranianos) regressaram à casa”, disse Loubinets na quarta-feira.
Tass
Rússia e Ucrânia trocaram prisioneiros de guerra pela primeira vez desde agosto passado
Segundo a mídia ucraniana, a troca anterior de prisioneiros de guerra remonta a agosto passado.
O anunciado nesta quarta-feira, porém, surge em meio a uma intensificação da violência entre russos e ucranianos nos últimos dias, com ataques de ambos os lados que deixaram dezenas de civis mortos e feridos.
Segundo Kiev e Moscou, o intercâmbio foi possível graças à mediação dos Emirados Árabes Unidos, importante parceiro da Rússia em diversas questões humanitárias, econômicas e energéticas.
No final de novembro, Dmytro Loubinets acusou, no entanto, a Rússia de bloquear qualquer troca de prisioneiros de guerra. “As trocas não acontecem porque a Rússia não quer”, lamentou.
Em agosto passado, o comissário dos Direitos Humanos disse que a Ucrânia conseguiu recuperar quase 2.600 dos seus cidadãos feitos prisioneiros desde o início da ofensiva russa. Mas ainda haveria milhares de prisioneiros de guerra em ambos os lados.
Nos últimos meses, Moscou aumentou o número de julgamentos para impor penas muito pesadas aos prisioneiros de guerra ucranianos.