As empresas de energia Shell Energy Europe, na Alemanha, e a Orsted, na Dinamarca, deixarão de receber gás da empresa estatal russa Gazprom a partir da próxima quarta-feira (01/06), já que as companhias europeias não aceitaram pagar pelo gás em rublos, exigência feita pelo país do leste europeu devido às sanções que vem sofrendo do ocidente.
“A empresa dinamarquesa Orsted notificou a Gazprom que não pretende efetuar pagamentos pelo gás fornecido em rublos. A Shell Energy Europe disse que não pretende efetuar pagamentos sob o contrato de fornecimento de gás à Alemanha em rublos”, disse a Gazprom em um comunicado nesta quinta-feira (31/05). A estatal ainda destacou que não foi paga pelas entregas de gás feitas às empresas em abril.
A Rússia sofre sanções desde o início da ofensiva militar contra a Ucrânia, que ocorreu no dia 24 de fevereiro. Entre as medidas aplicadas contra o país estão restrições a exportações de petróleo, aço e ferro, e fechamento de portos a navios russos. De acordo com o ministro das Relações Internacionais russo, Sergey Lavrov, tais medidas estão causando uma crise de segurança alimentar no mundo.
Nesta terça-feira (31/05), Lavrov pediu que o Ocidente assuma responsabilidade pela ruptura das cadeias de abastecimento globais, alegando que os líderes políticos ocidentais estão criando “problemas artificiais” ao cortarem “cadeias logísticas e financeiras”.
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Empresas europeias não aceitaram pagar pela mercadoria em rublos, algo que se tornou exigência da Rússia após sofrer uma série de sanções
O chanceler também afirmou que as lideranças deveriam “pensar seriamente se é mais importante para eles gerar uma propaganda de relações públicas sobre a questão da segurança alimentar ou resolver o problema por meio da tomada de medidas específicas”.
O ministro da Agricultura da Ucrânia, Nikolai Solski, apontou recentemente que o bloqueio naval da Rússia estava impedindo a transferência de cereais, que caiu de cinco milhões de toneladas antes do conflito para 200 mil toneladas em março.
Já o vice-chanceler russo, Andrei Rudenko, refutou a fala do ministro da Agricultura ucraniano, acusando Kiev de minar os portos para impedir exportações marítimas de produtos alimentares da Ucrânia.
(*) Com Sputnik e Telesur.