A representante permanente dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), Linda Thomas-Greenfield, declarou nesta segunda-feira (21/03) que Washington vai apoiar países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que decidam enviar tropas militares à Ucrânia.
Ao comentar sobre um possível apoio norte-americano à proposta da Polônia de uma “missão de paz” da aliança militar ao território ucraniano, Thomas-Greenfield afirmou que, apesar do fato de os EUA não enviarem seus próprios militares, os aliados que desejarem realizar tal operação receberão o “apoio” do país.
Outros membros da aliança militar “podem decidir se querem enviar tropas à Ucrânia. Essa será uma decisão que eles terão que tomar”, disse.
Segundo Thomas-Greenfield, o presidente Joe Biden “foi muito claro ao dizer que não colocaremos tropas norte-americanas no território na Ucrânia” para não escalar uma guerra direta com os Estados Unidos. Mas, disse ela, “apoiamos nossos aliados da Otan”.
A Otan, que desde 2014 apoia a Ucrânia com treinamento militar e fornecimento de armamentos, continua enviando material de guerra ao território do Leste Europeu, depois de enviar militares à Eslováquia para instalar um sistema norte-americano de defesa antiaérea.
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Representante norte-americana na ONU reforçou que gestão Biden não pretende enviar tropas próprias à Ucrânia
No entanto, por meio de uma declaração do secretário-geral Jens Stoltenberg, a aliança militar rejeitou intervir diretamente na Ucrânia, descartando também a criação de uma zona de exclusão a fim de evitar uma “guerra em grande escala na Europa que envolveria muitos outros países e causaria muito mais sofrimento às pessoas”.
Na ocasião, ele explicou que os aliados do bloco apoiam a decisão pelo não estabelecimento da área restritiva e consideram que nem os aviões nem as tropas da organização devem atuar em território ucraniano.
“É por isso que tomamos esta dolorosa decisão de impor sanções duras, mas sem envolver as forças da Otan diretamente no conflito na Ucrânia, nem por terra nem pelo espaço aéreo”, disse ele, acrescentando que a organização tem “responsabilidade” com seus aliados.
Stoltenberg anunciou, porém, que a aliança estaria avaliando “aumentar significativamente” suas forças na região adjacente para “enviar uma mensagem de sua presença” na zona de conflito.