A Duma, o Parlamento baixo da Rússia, aprovou em terceira votação nesta terça-feira (22/03) uma lei que prevê punição a qualquer profissional de comunicação que publicar “notícias falsas” sobre a “ação russa em outros países”, como na guerra contra a Ucrânia.
O texto parlamentar afirma punição “para quem fizer a difusão pública de informações conscientemente falsas feitas para parecerem informações confiáveis sobre as atividades russas fora de seu próprio território”.
Com a lei, as penas para quem publicar notícias tendenciosas podem chegar a punições de três a cinco anos de prisão, ou até 15 anos quando aplicada juntamente com a lei aprovada pelo presidente russo Vladimir Putin em 4 de março que prevê prisões para cidadãos que publicassem “notícias falsas” sobre o conflito.
De forma prática, a nova lei, que ainda precisa seguir para a tramitação formal do Conselho da Federação, Câmara Alta, e ser sancionada por Putin, limita o funcionamento da mídia independente.
Os russos, segundo relatos de parentes e amigos que vivem na Ucrânia ou em outros países ocidentais, vêm sendo informados apenas que o país está “desnazificando” a nação vizinha e que os ataques contra civis são realizados por “nacionalistas ucranianos”.
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Nova lei ainda precisa seguir para a tramitação formal do Conselho da Federação, Câmara Alta, e ser sancionada pelo presidente
Putin anunciou a decisão de iniciar uma operação especial na Ucrânia declarando que a população da região separatista Donbass pediu, segundo ele, “ajuda à Rússia”.
Putin destacou que toda a responsabilidade pelo conflito recairá sobre o governo da Ucrânia, e instou os militares ucranianos a não cumprir as “ordens criminosas” das autoridades do país, entregar as armas e regressar para casa.
Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, cerca de 925 civis foram mortos no conflito e 1.496 se feriram. No total, ce acordo com a Agência de Refugiados da ONU (Acnur), cerca de 10 milhões de pessoas tiveram que abandonar suas casas na Ucrânia e 3,4 milhões estão refugiados em outros países.
(*) Com Ansa.