Os 27 embaixadores dos Estados-membros da União Europeia (UE) aprovaram nesta quinta-feira (07/04) o quinto pacote de sanções contra a Rússia por conta da invasão à Ucrânia.
A medida prevê, entre outras punições, o embargo gradual às importações de carvão russo, uma proibição que pode custar 4 bilhões de euros por ano a Moscou. As sanções entrarão em vigor nesta sexta-feira (08/04) a partir da aprovação formal do novo pacote.
A nova série de sanções afetará também diversas personalidades russas, como Katerina Tikhonovna e Maria Vorontsova, as duas filhas do presidente Vladimir Putin.
Além disso, mais quatro bancos serão obrigados a interromper as transações com a União Europeia, os portos europeus serão fechados para navios russos e o acesso às estradas da UE ficará proibido para transportadores de Moscou.
As novas medidas preveem ainda a suspensão da importação de uma série de produtos russos, incluindo cimento, madeira e bebidas, no valor de cerca de 5,5 bilhões de euros e a proibição de exportações da UE de produtos de alta tecnologia, avaliados em aproximadamente 10 bilhões de euros.
Em publicação nas redes sociais, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que “à medida que a guerra continua, a Rússia enfrenta uma longa queda no isolamento econômico, financeiro e tecnológico”.
Twitter/Ursula von der Leyen
‘À medida que a guerra continua, a Rússia enfrenta uma longa queda no isolamento econômico, financeiro e tecnológico’, afirmou Von der Leyen
Investimentos, energia e exportações
Em comunicado, os líderes do G7 também denunciaram as supostas ações das forças armadas russas contra civis na Ucrânia e concordaram em proibir “novos investimentos em setores-chave da economia russa, incluindo o setor de energia”, além de ampliar a proibição de todas as “exportações de certos bens e mais repressão aos bancos russos e empresas estatais”.
O grupo também prometeu intensificar as medidas “contra as elites e suas famílias que apoiam o líder russo em seu esforço de guerra”.
“A guerra de agressão do presidente Putin está causando uma convulsão econômica global e seu impacto no setor de alimentos ucraniano coloca a segurança alimentar global em apuros”, acrescenta a nota.
Conselho de Direitos Humanos da ONU
A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou nesta quinta a suspensão da Rússia de seu Conselho de Direitos Humanos, que tem sede em Genebra, na Suíça.
A resolução apresentada pelos Estados Unidos recebeu 93 votos a favor, 24 contra, além de 58 abstenções, e cita as “graves preocupações pela crise humanitária na Ucrânia, em particular pelas notícias de violações e abusos do direito internacional por parte de Moscou”.
Em resposta, a Rússia afirmou que a decisão é ilegal e politicamente motivada e que, portanto, pretende retirar sua adesão do Conselho ainda nesta quinta. Moscou ainda declarou que a organização “tem sido monopolizado por um grupo de países que o tem explorado para seus próprios interesses”.
(*) Com Ansa.