Após um ataque que durou algumas horas, as forças armadas da Rússia tomaram a área da planta nuclear de Chernobyl nesta quinta-feira (24/02), conforme acusou o conselheiro do gabinete presidencial da Ucrânia, Mykhailo Podolyak. Ainda não se sabe se há danos à estrutura do local que acumula os rejeitos tóxicos.
Podolyak afirmou que depois de uma batalha “feroz” contra os russos no local, as condições das instalações da antiga usina nuclear são desconhecidas e que se o ataque continuar, Chernobyl poderia acontecer novamente.
Mais cedo, enquanto as tropas russas ainda tentavam supostamente assumir o controle da área, o representante ucraniano acusou a Rússia de terrorismo pelo ato, enquanto o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, se manifestou nas redes sociais.
“As forças de ocupação russas estão tentando capturar Chernobyl. Nossos defensores estão dando suas vidas para que a tragédia de 1986 não se repita. […] Esta é uma declaração de guerra contra toda a Europa”, disse o mandatário.
Russian occupation forces are trying to seize the #Chornobyl_NPP. Our defenders are giving their lives so that the tragedy of 1986 will not be repeated. Reported this to
@SwedishPM. This is a declaration of war against the whole of Europe
— Володимир Зеленський
@ZelenskyyUa February 24, 2022?? https://twitter.com/ZelenskyyUa/status/1496862540957114370
Em abril de 1986 a usina nuclear de Chernobyl explodiu, causando o derretimento de um dos reatores que faziam parte da usina. O complexo nuclear construído pela União Soviética nos anos 1970 era uma das maiores e mais antigas usinas de energia nuclear do planeta.
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A confirmação da captura da região foi feita pelo conselheiro do gabinete presidencial da Ucrânia, Mykhailo Podolyak
O desastre fez com que material radioativo tomasse conta do ar na região e o fogo da explosão durasse mais de uma semana.
Rússia ataca alvos na Ucrânia
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou nesta quinta-feira (24/02) um ataque contra a Ucrânia e explosões foram registradas em diversas cidades fora das áreas separatistas do Donbass.
Putin afirmou que ocupar a Ucrânia não faz parte dos planos da Rússia e que o país foi deixado sem opção, referindo-se às operações especiais militares realizadas no território ucraniano.
Até o momento, milhares de pessoas já saíram da Ucrânia em direção à Polônia e cerca de quatro mil foram para a Moldávia.
O G7, grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, afirmou que a crise é uma “ameaça à ordem internacional” e propôs novas sanções econômicas.
*Com Ansa e Deutsche Welle