O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, fez declarações nesta sexta-feira (25/03) condenando a política de países ocidentais de contenção da Rússia, a qual ele diz ter começado há muito tempo.
Segundo o ministro, as tensões internacionais foram aquecidas até o limite em meio às tentativas do Ocidente de conter Moscou.
“A situação internacional foi aquecida até o limite. Basicamente estamos observando a culminação dessa política de contenção da Rússia que o Ocidente vem conduzindo há muito tempo”, disse ele durante um evento.
Lavrov defendeu que existe uma incoerência entre o discurso em defesa de valores democráticos e liberais, propagado por países como os Estados Unidos, e suas ações diante de outros países.
“Quando vemos estas sanções sem fim, obviamente que todos estes valores que nossos colegas ocidentais nos pregaram constantemente, quero dizer liberdade de expressão, economia de mercado, inviolabilidade de propriedade privada, presunção de inocência – todos estes valores não valem nada”, comentou o ministro russo.
Além disso, apontou o chanceler, a maioria dos países, que, segundo ele, estão sendo pressionados a se posicionar contra Moscou em instâncias como a Organização das Nações Unidas (ONU), não se juntará às sanções ocidentais contra a Rússia.
“Quero dizer a vocês que apesar da propaganda que faz malabarismos com o número de votos expressos a favor de uma resolução provocadora na ONU, a esmagadora maioria dos países fora dos limites do Ocidente histórico e coletivo não pretende se envolver em jogos de sentido único”, destacou, acrescentando que tais países não se juntaram e nem se juntarão “aos jogos que o Ocidente intenciona jogar com o uso da sua assim chamada política de sanções”.
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Ministro russo defendeu que a defesa de valores ‘democráticos’ não ‘valem nada’ diante prática de países ocidentais
“A esmagadora maioria dos países do mundo está interessada no desenvolvimento de uma cooperação interestatal igualitária, com base nos princípios-chave estabelecidos na Carta da ONU, acima de tudo o princípio da igualdade soberana dos Estados. O Ocidente o viola de forma flagrante e impõe sua supremacia a todos”, defendeu.
Lavrov declarou ainda que “não há sinais de nenhum isolamento da Rússia, apesar da colocação desse objetivo por parte do Ocidente” e disse que Moscou tem “muitos amigos, aliados e parceiros” no mundo.
Os Estados Unidos, membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), vem defendendo o envio de equipamentos militares para a região do leste europeu. O país também vem reforçando acusações contra Putin, dizendo que o presidente russo é um criminoso de guerra, como declarou Biden no último dia 16 de março.
No mesmo dia, o Secretário de Estado norte-americano Antony Blinken declarou no Twitter que “o Kremlin sempre inventou mentiras para transferir a culpa e tentar justificar suas atrocidades”.
Já nesta quinta-feira (24/03), o representante dos EUA escreveu que “em apenas um mês, a guerra de Putin contra a Ucrânia deslocou mais de 10 milhões de pessoas”, afirmando que “os Estados Unidos têm orgulho de receber os ucranianos que fogem da agressão do Kremlin e de ajudar a reunir famílias durante esse período difícil”.
A invasão militar russa foi desencadeada no dia 24 de fevereiro, um dia depois de Putin reconhecer a independência das regiões ucranianas separatistas de Donbass. As regiões, pertencentes até então ao território ucraniano, estavam fora da administração de Kiev desde 2014 e há mais de oito anos são alvos de tensão no leste europeu.
Em resposta à operação militar, países ocidentais introduziram um novo conjunto de sanções contra a Rússia.
(*) Com SputnikNews.