A Rússia anunciou nesta sexta-feira (11/03) estar tomando medidas legais contra a empresa Meta (que congrega o Facebook e o Instagram) por “pedir assassinatos de russos”, uma vez que a companhia flexibilizou suas regras sobre mensagens violentas dirigidas aos líderes militares russos.
O poderoso comitê de investigação da Rússia disse estar lançando investigações “por causa de convocações ilegais da companhia norte-americana Meta para assassinatos de cidadãos russos”.
O comitê vai processar a empresa por “apelos públicos a atividades extremistas e assistência a atividades terroristas”, referindo-se em particular a Andy Stone, chefe de comunicações da Meta, que anunciou na quinta-feira (10/03) que estava mudando as regras para publicações desse tipo no Facebook e no Instagram.
O Ministério Público russo pediu para classificar o gigante da Internet como uma organização “extremista” e, consequentemente, a proibição de todas as suas atividades na Rússia.
O MP pede também ao regulador russo de telecomunicações, Roskomnadzor, que bloqueie o acesso ao Instagram no país, enquanto o Facebook já se encontra inacessível, ou de difícil acesso, desde o dia 4 de março.
O Instagram é extremamente popular entre os jovens russos, mas é também um instrumento crucial de vendas online para muitas pequenas e médias empresas russas, assim como para artistas e artesãos.
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O Ministério Público do país pediu a proibição das atividades da Meta na Rússia
Exceções por causa da guerra
“Continuamos não permitindo apelos de violência contra civis russos”, disse Meta, a empresa-mãe das duas redes sociais. Mas, na verdade, a empresa norte-americana abriu exceções por causa da guerra.
A companhia mãe do Facebook e da Instagram anunciou na quinta-feira (10) que era “indulgente com as formas de expressão política que normalmente violariam [suas] regras sobre discursos violentos como 'morte aos invasores russos'”.
Na semana passada, a Rússia bloqueou o Facebook depois que o gigante das redes sociais proibiu os perfis da mídia pró-governamental (incluindo o canal RT e o Sputnik) na Europa.
A declaração vem depois que a Reuters publicou um artigo citando emails trocados por moderadores de conteúdo Meta e afirmando que as regras atualizadas se aplicam à Armênia, Azerbaijão, Estônia, Geórgia, Hungria, Letônia, Lituânia, Polônia, Romênia, Rússia, Eslováquia e Ucrânia.
Não é a primeira vez que o grupo de Mark Zuckerberg tolera este tipo de publicação, mesmo que os exemplos sejam raros: em junho de 2021, a rede permitiu mensagens de opositores iranianos pedindo a morte do aiatolá Ali Khamenei por quinze dias.