Representante do governo sionista disse que fornecerá sistema antimísseis de última geração e alegou que Tel Aviv se solidariza com Kiev porque ‘nosso povo se identifica com aqueles enfrentam invasão e lutam por sua sobrevivência’
Em um discurso realizado nesta quinta-feira (29/02), na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o representante do Estado de Israel, Gilad Erdan, afirmou que seu governo pretende se somar ao grupo de países que ajuda a Ucrânia em sua guerra contra a Rússia, enviando armas para fortalecer o exército de Kiev.
Segundo o embaixador israelense, Tel Aviv voltaria a formar parte dessa aliança, já que enviou um primeiro carregamento com “100 toneladas de equipamentos e ajuda humanitária” durante as primeiras semanas do conflito, em fevereiro de 2022.
Desta vez, segundo Erdan, Israel pretende entregar tecnologia militar de última geração, incluindo um sistema de alerta antimísseis, além de instalar um hospital de campanha dentro das fronteiras da Ucrânia, com capacidade para atender até 7 mil feridos.
“Fomos forçados a desenvolver conhecimentos neste setor e estamos felizes em compartilhar as nossas capacidades com os nossos necessitados aliados ucranianos”, disse o embaixador.
Porém, o trecho do discurso israelense que mais gerou controvérsia foi a comparação que fez entre a Rússia e Hamas.
“Nos últimos dois anos, Israel tem estado ao lado do povo da Ucrânia. É uma questão moral, pois nosso país sabe exatamente o que é ser invadido agressivamente”.
UN News
Israel prometeu enviar equipamentos militares de última geração para ajudar a Ucrânia
Em seguida, Erdan declarou que “o povo ucraniano está travando uma batalha pela sobrevivência e nós nos identificamos com isso”.
Ao finalizar seu pronunciamento, o representante de Tel Aviv argumentou que “o Conselho de Segurança está paralisado, não consegue cumprir seu mandato básico de defender Estados soberanos de invasões ou mesmo de condenar a violência: seja combatendo a agressão contra a qual a Ucrânia se defende ou o terror contra o qual Israel se defende”.
Moscou rebate Israel
Em resposta a essa posição, o representante permanente da Rússia na ONU, Vasili Nebenzia, apelou aos membros do Conselho de Segurança para não apoiarem o projeto de resolução apresentado pelos Estados Unidos sobre situação na Faixa de Gaza.
Para o representante de Moscou, o efeito prático da proposta norte-americana seria uma “licença para Israel matar civis palestinos”.
“Pedimos aos membros do Conselho que não apoiem este empreendimento destrutivo. Washington tem bloqueado os esforços internacionais para acabar com a violência em Gaza, cujo número de vítimas oficiais se aproxima dos 30 mil e agora quer incrementar esse processo, do qual já é cúmplice indiscutivelmente cúmplice”, frisou Nebenzia.