O presidente da Rússia, Vladimir Putin, firmou nesta quarta-feira (05/10) as quatro leis que ratificam unilateralmente a anexação das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson ao território russo.
“As fronteiras dos novos sujeitos da Federação Russa, como resulta dos tratados, serão determinados pelas fronteiras que existiam no dia da sua formação e aceitação”, diz o texto repercutido pela agência estatal de notícias Tass .
O governo de Moscou ainda nomeou os governadores interinos para os locais: Denis Pushilin liderará Donetsk; Leonid Pasechnik assumirá Lugansk; Jevhen Balitsky irá para Zaporizhzhia; e Vladimir Saldo para Kherson.
Assim como fez em seu discurso no dia dos resultados dos referendos, Putin voltou a afirmar que a votação “foi perfeitamente transparente, convincente e objetiva” e que os êxitos “não serão colocados em discussão”.
Após o anúncio do Kremlin, o chefe do Gabinete presidencial da Ucrânia, Andriy Yermak, reclamou ao portal Unian que “as leis sobre a aceitação das regiões ucranianas que a Rússia de Putin quer anexar não valem nem no papel em que foram assinadas”.
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Putin afirma que referendos "foram perfeitamente transparentes, convincentes e objetivos"
“A Ucrânia vai retomar todos os seus territórios. O manicômio coletivo pode continuar a viver em um mundo imaginário. Voltemos à realidade e nós vamos retomar tudo que é nosso”, acrescentou.
Apesar da medida, o documento russo não delimita exatamente quais serão áreas anexadas, uma vez que as tropas russas não controlam plenamente nenhuma das quatro regiões.
Novo pacote de sanções
A União Europeia anunciou, também nesta quarta-feira (05/10) que conseguiu apoio unânime para um novo pacote de sanções contra a Rússia, o oitavo desde o início da guerra na Ucrânia em 24 de fevereiro.
Entre as principais medidas, está um teto de preços para o petróleo vindo da Rússia e transportado via oleodutos com o objetivo de “reduzir receitas” do Kremlin. Também há a proibição de uma série de produtos russos, com um impacto estimado de 7 bilhões de euros, e o veto à exportação de determinados itens para a Rússia, especialmente na área de tecnologia.
(*) Com Ansa