O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou um decreto nesta quarta-feira (19/10) em que impõe a lei marcial nas quatro regiões ucranianas anexadas por Moscou: Donetsk e Lugansk, no Donbass, e Zaporizhzhia e Kherson, ao sul, informa a agência de notícias Tass.
Segundo Putin, o decreto foi assinado para “introduzir a lei marcial” nas “quatros regiões da Federação Russa”, já que, ainda de acordo com ele, a gestão de Volodymyr Zelensky “rejeita” a “vontade do povo”.
“O regime de Kiev rejeita a vontade do povo, rejeita qualquer proposta de negociação, os tiroteios continuam e os civis estão morrendo”, disse Putin durante um encontro do Conselho de Segurança Nacional.
Sob a lei marcial, o governo pode reforçar e aumentar as ações militares, impor toques de recolher, limitar a movimentação dos cidadãos e de profissionais não essenciais e censurar a divulgação de notícias.
Além disso, Putin ainda determinou que em oito regiões que fazem fronteira com a Ucrânia, sendo seis no território russo – Krasnodar, Belgorod, Bryansk, Voronezh, Kursk e Rostov – além da Crimeia e Sebastopol, também anexadas, terão a limitação de movimento para entrada e saída.
A agência estatal Interfax informa também que Putin teria encarregado seu governo de criar um rascunho de um decreto para instituir um Conselho Especial de Coordenação “para “satisfazer as exigências emersas no curso da operação militar especial”.
Kremlin
Sob a lei marcial, o governo pode reforçar e aumentar as ações militares em Donetsk e Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson
Os anúncios ocorrem em um momento em que as tropas russas na Ucrânia vem acumulando derrotas nas contraofensivas ucranianas. Há mais de um mês, os militares de Moscou não conseguem fazer avanços significativos nas áreas que foram anexadas por decreto.
Situação em Kherson
Com uma série de trocas de acusações entre Kiev e Moscou em áreas civis, a situação está mais tensa em Kherson. Os líderes pró-Rússia da região informaram que pretendem evacuar entre 50 mil e 60 mil pessoas da margem esquerda do rio Dnipro em até uma semana.
O comandante do Grupo Integrado de Forças Armadas Russas na Ucrânia, general Sergey Surovikin, afirmou à agência Ria Novosti que há “informações” de que Kiev está preparando um “ataque maciço com mísseis contra a barragem da central hidroelétrica de Khakovka”.
No entanto, o chefe do Gabinete da Presidência da Ucrânia, Andriy Yermak, desmentiu as notícias russas “sobre as táticas do exército ucraniano na região de Kherson”.
(*) Com Ansa.