O ministro da Defesa da Rússia, general do Exército Sergei Shoigu, declarou nesta terça-feira (20/06), que a Ucrânia planeja atacar o território russo, inclusive a Crimeia, com mísseis britânicos Storm Shadow e projéteis norte-americanos Himars.
Durante a reunião do conselho do Ministério da Defesa russo, Shoigu afirmou que caso tais armas sejam usadas por Kiev fora da zona de combate “ataques imediatos aos centros de tomada de decisão na Ucrânia” seriam feitos, uma vez que significariam “o pleno envolvimento dos Estados Unidos e do Reino Unido” na guerra.
Shoigu também informou que, desde o dia 4 de junho, as forças da Ucrânia realizaram 263 ataques contra as posições das Forças Armadas da Rússia, tendo sido todos eles repelidos.
Segundo o portal RT News, o comandante militar afirmou que tais ataques são feitos com “um grande número de armas ocidentais e formações de elite com pessoas treinadas por especialistas da OTAN”.
Em maio, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, declarou à CNN que apesar da proibição de Washington sobre ataques ucranianos ao território russo com armas norte-americanas, a Crimeia não estava inclusa na proibição, uma vez que os Estados Unidos não consideram a península parte do território russo.
Na ocasião, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, considerou que a declaração de Sullivan era uma “confirmação irresponsável de Washignton”.
Twitter/Володимир Зеленський
Forças da Ucrânia realizaram 263 ataques contra Forças Armadas da Rússia desde 4 de junho
Apesar da anexação da Crimeia ao território russo, em 2014, a Ucrânia ainda considera a região como seu território, posicionamento apoiado por países do Ocidente.
Por sua vez, Moscou declara que os cidadãos da Crimeia votaram pela reunificação com a Rússia de forma democrática, após o referendo realizado naquele mesmo ano.
Enviado do Papa em missão de paz
Em meio às escaladas de ataque, o governo russo expressou “interesse” em receber o cardeal italiano Matteo Zuppi, enviado especial do papa Francisco, como parte da missão de paz do Vaticano para solucionar o conflito entre Kiev e Moscou.
“Há interesse e expectativa por parte do governo russo para uma próxima visita a Moscou do cardeal Matteo Zuppi, enviado do Vaticano para a iniciativa de paz para a Ucrânia”, afirmou o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Alexander Grushko, citado pela agência Tass, na última segunda-feira (19/06).
Apesar de não mencionar uma possível data para a visita de Zuppi, Grushko reiterou a opinião positiva do governo de Moscou pela iniciativa da Santa Sé.
“Apreciamos a posição equilibrada do Vaticano e a posição assumida pessoalmente pelo Papa”, acrescentou o vice-ministro.
Zuppi concluiu recentemente uma missão de dois dias na capital da Ucrânia, a pedido do líder da Igreja Católica, na qual se reuniu com autoridades civis e representantes religiosos. Na ocasião, a Santa Sé classificou a visita como “breve, mas intensa”.
(*) Com Ansa e Sputniknews