Em uma coletiva realizada nesta sexta-feira (08/03), o porta-voz do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev, fez um alerta sobre a escalada da tensão entre a Rússia e alguns países europeus que também são membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), como Alemanha e França.
Segundo o representante de Moscou, os exercícios militares realizados há semanas nas proximidades das fronteiras entre a Rússia e alguns países europeus “aumentam a tensão e desestabilizam a situação no mundo”.
“A OTAN é um bloco que já provocou numerosos conflitos militares em todo o mundo e se prepara agora para o próximo, que terá Moscou como alvo”, comentou o funcionário russo.
A declaração faz referência ao “Steadfast Defender”, o maior exercício militar da aliança atlântica desde a Guerra Fria, que teve início em 31 de janeiro e deve durar até maio. As atividades envolvem mais 50 navios (de porta-aviões a destroieres) e mais de 80 aeronaves de combate, incluindo helicópteros e drones, além da participação de cerca de 90 mil soldados.
Embora o bloco militar não tenha mencionado o nome da Rússia nas descrições das manobras, o seu principal documento estratégico identifica o país eurasiano como “a ameaça mais significativa e direta à segurança dos aliados”.
Na coletiva, Petrushev também criticou as declarações recentes de autoridades alemãs e francesas fazendo alusões a um possível envio de tropas à Ucrânia. “Alguns países parecem interessados em incitar a OTAN a nos atacar militarmente”, comentou.
A declaração também fez alusão aos Estados Unidos, país que Petrushev acusou de exercer “influência negativa” sobre os membros europeus da aliança militar. “O papel destrutivo dos Estados Unidos como líder da OTAN é evidente na história moderna, já que nenhum outro país do mundo desencadeou tantas guerras e conflitos militares e causou tantas crises económicas”, afirmou.
Em seguida, o conselheiro militar russo foi mais explícito, ao acrescentar números ao seu argumento: “em 75 anos de existência como suposta defensora da paz e da democracia, a OTAN desencadeou mais de 100 guerras e conflitos militares em todo o mundo (…) são cifras que deixam clara a natureza agressiva desta aliança”.