O Ministério de Defesa da Rússia anunciou nesta segunda-feira (05/06) que seu exército repeliu uma ofensiva ucraniana à região de Zaporozhye, no território que o Kremlin considera como a já independente República Popular de Donetsk, mas que Kiev ainda reivindica como parte do seu país.
Junto com Lugansk, Donetsk é uma das províncias do Donbas que a Rússia considera como repúblicas independentes. Ambas as regiões possuem maioria de habitantes de etnia russa e que se diziam oprimidos pelo governo ucraniano, a partir de políticas que buscariam expulsá-los desse território. Essa situação foi um dos focos do conflito que iniciou a guerra entre russos e ucranianos.
Segundo o comunicado russo, a ofensiva teve início no sábado (03/06) e utilizou seis batalhões de tanques mecanizados.
“Graças às ações do Grupo de Forças Defensivas do Leste, foram realizados ataques aéreos em Neskuchnoye e Novodarovka, na região de Zaporozhye, nos quais o inimigo sofreu baixas importantes”, afirma o comunicado, que completa dizendo que a ofensiva ucraniana foi definitivamente controlada durante a madrugada desta segunda-feira.
O informe russo acrescenta que, durante o operativo, “foram eliminados mais cerca de 300 soldados ucranianos, 16 tanques e 26 outros veículos blindados”.
Tass
Soldados russos em Zaporozhye, após vitória contra ofensiva ucraniana para tentar retomar a região
O Ministério de Defesa russo também disse que “o inimigo não especificou seus objetivos”, embora Moscou considere que este e outros ataques ucranianos já fazem parte da esperada “contraofensiva ucraniana”, anunciada há semanas pelo presidente desse país, Volodymyr Zelensky.
Por sua parte, Kiev nega que esse seja o caso, apesar de que, no sábado, horas antes do ataque a Zaporozhye, o próprio Zelensky tenha dito que “o país está pronto para lançar sua contraofensiva”.
Porém, no dia seguinte, quando o exército ucraniano já sofria baixas pela resistência russa àquele ataque, o assessor presidencial Igor Zhovkva mudou a versão e disse a verdadeira contraofensiva ainda não aconteceu, porque o país não recebeu as armas e munições prometidas por aliados (Estados Unidos e União Europeia), em quantidade suficiente para montar a operação.
Vale recordar que, além da ofensiva deste fim de semana, a Ucrânia tem realizado, nas últimas semanas, vários ataques ao território russo, incluindo bombardeios com drones a alvos na região metropolitana de Moscou e incursões de grupos armados à região de Belgorod, no Sudoeste da Rússia, perto da fronteira entre os dois países.