A Rússia desmentiu, nesta quinta-feira (15/02), um rumores divulgados pela imprensa norte-americana de que o presidente Vladimir Putin estaria desenvolvendo novas capacidades nucleares no espaço. O Kremlin chamou as alegações de “fabricação maliciosa” e as considerou como sendo uma estratégia costurada pela Casa Branca com o objetivo de convencer o Congresso a aprovar novos repasses bilionários para a Ucrânia.
“É óbvio que a Casa Branca está tentando empurrar o Congresso a votar a favor da proposta de alocar esse dinheiro”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. “Vamos ver quais truques a Casa Branca vai usar”.
O pronunciamento russo é uma reação à matéria do jornal The New York Times intitulada ‘Avanços da Rússia em armas nucleares espaciais despertam preocupações dos EUA’. Publicada na noite anterior, a reportagem relatou que o governo do presidente Joe Biden havia alertado o Congresso e os aliados na Europa sobre uma possível nova ameaça internacional relativa à Rússia.
“Essa arma fatal por satélite, se implantada, poderia destruir as comunicações civis, a vigilância do espaço e as operações militares de comando e controle pelos Estados Unidos e seus aliados. No momento, os Estados Unidos não têm a capacidade de combater tal arma e defender seus satélites, de acordo com um ex-funcionário”, explicava o segundo parágrafo da matéria, sem detalhar o suposto plano russo.
Além disso, o veículo chegou a mencionar fontes da inteligência norte-americana ao dizer que Moscou estaria tentando implantar uma “arma nuclear antissatélite” para ser implantada no espaço.
Twitter/Mario Nawfal
Rússia desmente rumores dos EUA sobre planos de arma nuclear no espaço
Financiamento a aliados
Na terça-feira (13/02), o Senado norte-americano aprovou um pacote de ajuda financeira de US$ 95 bilhões (R$ 472 bilhões) a Ucrânia, Israel e Taiwan.
Com 70 votos a favor e 20 contra, o projeto de lei não incluiu reformas na política migratória dos Estados Unidos, questão que era tida como crucial para definir se haveria repasse para os países aliados, ou não.
A princípio, a Casa Branca havia condicionado a liberação de verbas caso houvesse mudanças em relação à imigração no país, prevendo o fechamento da fronteira em casos de alto número de “travessias irregulares” e novas regras sobre pedidos de asilo no país. A medida, no entanto, acabou sendo barrada.
“A prioridade da segurança nacional é defender a fronteira dos EUA”, haviam avisado os líderes republicanos no Senado e na Câmara, em dezembro de 2023, durante a terceira visita do líder ucraniano Volodymyr Zelensky aos Estados Unidos, atrás de dinheiro.
Embora o texto tenha passado pelo Senado, de maioria democrata, a expectativa é de que ela sofra resistência na Câmara, uma vez que a casa é dominada pelos republicanos.
(*) Com Ansa e The New York Times