Pela primeira vez desde o início da guerra da Ucrânia, a Rússia sofreu um ataque simultâneo de drones em várias regiões do país. Seis regiões russas foram atingidas por veículos não tripulados na noite da última terça-feira (29/08). O ataque mais forte aconteceu no aeroporto internacional de Pskov, no noroeste da Rússia, no qual foi relatado um grande incêndio.
O número de drones e a dimensão dos danos ainda não foram especificados, mas, segundo informações preliminares, não há vítimas entre a população.
A informação sobre os ataques foi confirmada pelo governador da região de Pskov, Mikhail Vedernikov, que observou que os militares russos realizaram o trabalho de repelir o ataque. “Desde o início do incidente, estive pessoalmente no local. Segundo informações preliminares, não há vítimas. A escala da destruição está sendo especificada”, disse.
O Ministério para Situações de Emergência da Rússia, por sua vez, informou que o ataque danificou um avião de transporte militar Il-76. De acordo com a agência de notícias estatal Tass, quatro aeronaves teriam sido danificadas.
Foi informado que o aeroporto internacional de Pskov não atenderá voos civis durante todo o dia.
A Rússia acusou a Ucrânia pelo ataque de drones no aeroporto. Kiev não reconheceu oficialmente o seu envolvimento, mas o porta-voz do departamento de Inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia, Andrey Yusov, disse que quatro aviões de transporte militar Il-76 foram destruídos e vários outros danificados no ataque.
O ataque em Pskov chamou a atenção pelo fato de que a cidade fica a 700km da fronteira com a Ucrânia, considerando uma linha reta através de Belarus, distância considerada muito extensa para o lançamento de drones. Isso levou a uma especulação de que o ataque poderia ter partido da Estônia ou da Letônia, mas não há qualquer confirmação sobre esta informação.
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Imagem reproduzida nas redes sociais de grande explosão que atingiu a cidade russa de Pskov após ataque de drones em 30 de agosto de 2023
Ao ser questionado por jornalistas se o ataque poderia ter partido do território dos países bálticos, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, não respondeu, se limitando a dizer que “é prerrogativa dos nossos especialistas militares tirar tais conclusões sobre a rota destes drones”.
O porta-voz declarou também que “a grande maioria dos drones voa especificamente contra alvos civis”. “Continuamos e continuaremos a operação militar especial para erradicar tais ameaças contra nós”, acrescentou Peskov.
Posteriormente, o Ministério da Defesa russo informou que três veículos aéreos não tripulados ucranianos foram abatidos por sistemas de defesa aérea no território da região de Bryansk. Além disso, as autoridades regionais e o Ministério da Defesa relataram drones abatidos nas regiões de Oryol, Kaluga e Ryazan.
Nesta quarta-feira (30/08), relatos de ataques de drones continuaram sendo relatados pelos governadores das regiões de Voronezh e Sebastopol. Segundo as autoridades, a grande maioria dos ataques teria sido repelida pela defesa aérea.
Ao mesmo tempo, a capital da Ucrânia e várias outras regiões foram atacadas à noite por mísseis de cruzeiro e drones do tipo Shahed. De acordo com o Comandante das Forças Armadas da Ucrânia, Valery Zaluzhny, todos os 28 mísseis de cruzeiro e 15 dos 16 drones foram abatidos. No entanto, duas pessoas morreram em Kiev.