O governo da Rússia indicou nesta sexta-feira (25/03) que seu objetivo prioritário na invasão à Ucrânia é obter o domínio das regiões separatistas do Donbass.
O reconhecimento da autonomia das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, ambas de maioria étnica russa, é uma das exigências de Moscou para um cessar-fogo, porém a Ucrânia defende a integridade de seu território.
“As Forças Armadas russas se concentrarão na completa liberação do Donbass”, afirmou uma nota do Ministério da Defesa da Rússia, citado pela agência Tass. Segundo o comunicado, os ataques contra outras partes da Ucrânia têm como objetivo impedir o envio de reforços para o fronte oriental.
Ainda de acordo com o governo russo, suas tropas e as milícias separatistas controlam 94% do território de Lugansk e 54% de Donetsk. Antes da ofensiva militar, o domínio dos grupos pró-Rússia não chegava a um terço das duas regiões.
Até agora, o maior município conquistado pelos russos é Kherson, de cerca de 300 mil habitantes. As forças russas tem encontrado dificuldades para se aproximar de Kiev ou para tomar outros centros urbanos importantes, como Kharkiv, Odessa e a própria Mariupol, que está sitiada.
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Putin já reconheceu a soberania de Donetsk e Lugansk e também cobra a ‘neutralidade’ da Ucrânia em relação à Otan
“O potencial de combate das Forças Armadas da Ucrânia foi consideravelmente reduzido, o que torna possível focar nos esforços para atingir o objetivo principal, que é a liberação do Donbass”, disse o Estado-Maior de Moscou.
O presidente russo, Vladimir Putin, já reconheceu a soberania de Donetsk e Lugansk e também cobra a “neutralidade” da Ucrânia, ou seja, o compromisso de o país não ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), além do reconhecimento da anexação da Crimeia à Rússia.
Os dois países negociam permanentemente por videoconferência, mas o chefe da delegação da Rússia, Vladimir Medinsky, disse nesta sexta que não foram feitos progressos “nas principais questões políticas”, apesar de alguns avanços em “temas secundários”.
“Os ucranianos estão preocupados principalmente com as garantias de segurança por parte de outros países se eles não entrarem na Otan”, afirmou Medinsky.
Já o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, declarou que as conversas estão “muito difíceis”, mas que o país “não renunciará aos próprios pedidos”. “Insistimos, antes de tudo, em um cessar-fogo, em garantias de segurança e na integridade territorial da Ucrânia”, acrescentou.
(*) Com Ansa