O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou nesta quarta-feira (02/03) que Kiev está adiando as negociações entre as delegações russa e ucraniana por ordem de Washington. O chanceler também disse que o Ocidente se recusou a cumprir as demandas da Rússia na construção da agenda de segurança europeia.
Em entrevista à emissora catari Al Jazeera, o chanceler enfatizou que seu país está pronto para a segunda rodada de diálogos entre as delegações, mas que “o lado ucraniano está atrasando as negociações seguindo as instruções dos EUA”.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, já confirmou que a delegação russa vai esperar os negociadores ucranianos no local das negociações na noite desta quarta-feira e que o assessor presidencial Vladimir Medinsky continua sendo o principal negociador russo nas conversas.
Lavrov também afirmou que Moscou estava preparada para as sanções econômicas ocidentais, mas que, no entanto, não previa que as medidas atingiriam outros setores. “Não esperávamos que [as sanções] visassem atletas, intelectuais, artistas e representantes da mídia”, disse o ministro.
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Lavrov afirmou que a operação militar da Rússia na Ucrânia visa desarmar o país vizinho e evitar que adquira armas nucleares
Em meio às diversas medidas restritivas que o Ocidente tem aplicado à Rússia após a ofensiva do país contra a Ucrânia, o presidente norte-americano Joe Biden declarou que a Rússia estaria “isolada do mundo mais do que nunca”. Por sua vez, Lavrov afirmou que “a Rússia tem muitos amigos e não pode ser isolada”.
O ministro sublinhou que a operação militar da Rússia na Ucrânia iniciada dia 24 de fevereiro visa desarmar o país vizinho e impedi-lo de adquirir armas nucleares. “Não podemos permitir a presença na Ucrânia de armas ofensivas que ameacem nossa segurança”, disse Lavrov.
Na última terça-feira (01/03), o chanceler russo disse, em mensagem de vídeo à reunião da Conferência sobre Desarmamento da ONU em Genebra, que Moscou considera inaceitável que os EUA tenham armas atômicas estacionadas em países da Europa, via Otan.
(*) Com RT e Sputnik