Em comunicado difundido nesta sexta-feira (26/05), o Ministério de Defesa da Rússia voltou a acusar os Estados Unidos de utilizarem laboratórios ocultos dentro do território ucraniano para desenvolver armas biológicas, e que essas experiências estariam sendo usadas contra a população russa próxima à fronteira com a Ucrânia.
A informação foi baseada em um relatório elaborado pelo general Igor Kirillov, chefe das Forças de Defesa Radiológica, Química e Biológica das Forças Armadas da Rússia.
“O grupo de trabalho do Ministério da Defesa da Rússia, juntamente com funcionários do Serviço Federal de Segurança e do Serviço Federal de Supervisão Fitossanitária, confirmou que, em regiões fronteiriças com a Ucrânia, foi detectada a presença de cepas do vírus da gripe aviária que têm alto potencial epidêmico e que são capazes de superar a barreira entre as espécies”, explicou o informe de Kirillov.
O documento alega que essas cepas teriam sido introduzidas por agentes externos, já que não haveria condições de desenvolvimento do vírus nas regiões encontradas.
Uma das cepas identificadas pelo estudo russo seria a H5N8, cuja letalidade quando transmitida a humanos pode chegar a 40%. Como base de comparação, a taxa de mortalidade de uma nova infecção por coronavírus sozinha é de cerca de 1%.
TASS
General Igor Kirillov foi o autor do informe que acusa os EUA de encomendarem experiências com armas biológicas na Ucrânia
Em seu informe, Kirillov afirma que a introdução da cepa no país é “parte de um projeto encomendado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos”.
“Durante a operação militar especial para desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia, foram obtidas provas documentais que confirmam que o pessoal da Reserva da Biosfera na aldeia de Askania-Nova, na região de Kherson, estudou as rotas de aves migratórias, bem como a seleção e transferência de material biológico”, diz o relatório do general russo.
O informe acrescenta que os militares ucranianos tentaram destruir evidências dos biomateriais, o que teria sido provado pelos vestígios de material genético de gripe aviária encontrados em cidades conquistadas pelo exército russo, e que se trataria de material de alta patogenicidade.
Outra prova presente no relatório é uma série de testemunhos de funcionários ucranianos presos, na qual se encontram relatos de que havia uma grande recompensa monetária pela remoção ou destruição dos resultados da investigação, e das evidências de que esta foi encomendada pelo governo dos Estados Unidos.
Vale destacar, também, que desde o início deste ano foram registrados 32 surtos localizados de gripe aviária em diferentes pontos do território da Rússia. Somente na última semana, a doença foi detectada em granjas das regiões de Kirov e Yaroslavl.