O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, assinou um decreto nesta quinta-feira (24/02) no qual convocado os ucranianos para a mobilização geral no país.
Com isso, todos os cidadãos com idade para servir no exército poderão fazê-lo. A decisão responde a ofensiva militar russa realizada no país desde a madrugada e já havia sido citada quando o líder ucraniano pediu o apoio dos moradores.
A alfândega ucraniana havia anunciado antes da publicação do decreto de mobilização geral que os homens entre 18 e 60 anos não podiam mais deixar o país. Zelensky também pediu que voluntários se apresentem para diversos serviços no país e doação de sangue para abastecer os estoques.
Segundo o governo ucraniano, a mobilização seria realizada em até 90 dias a partir da entrada em vigor do decreto.
A medida também ocorre após, nesta quarta-feira (23/02), as Forças Armadas da Ucrânia emitiram uma ordem para mobilizar os reservistas do país. O anúncio veio quando a Rússia reconheceu a independência das cidades de Lugansk e Donetsk, regiões separatistas localizadas no território ucraniano.
Dois dias após o reconhecimento, Vladimir Putin, presidente da Rússia, anunciou a decisão de iniciar uma operação especial na Ucrânia. O mandatário solicitou ao povo russo que atue junto à região separatista Donbass, cuja população pediu, segundo ele, “ajuda à Rússia”.
Putin destacou que toda a responsabilidade pelo conflito recairá sobre o governo da Ucrânia, e instou os militares ucranianos a não cumprir as “ordens criminosas” das autoridades do país, entregar as armas e regressar para casa.
O mandatário russo afirmou que a Rússia foi deixada sem opção ao se referir às operações especiais militares realizadas na Ucrânia, que, de acordo com o Putin, o país estava se preparando e analisando os riscos para esta situação e, segundo ele, as sanções econômicas impostas contra a Rússia não vão prejudicar o território.
Reprodução/ @ZelenskyyUa
Presidente Zelensky assinou um decreto convocando os ucranianos para a mobilização geral no país
Para a chancelaria russa, a situação em torno da Ucrânia não é o começo de uma guerra, mas que se trata, pelo contrário, de uma tentativa de evitar um conflito mundial.
“Em primeiro lugar, é muito importante: isto não é o começo de uma guerra. Nosso intuito é evitar o desenvolvimento de eventos que poderiam levar a uma guerra mundial. Em segundo lugar, é o fim da guerra”, indicou Maria Zakharova, representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, ao canal NTV.
Biden anuncia novas sanções contra a Rússia, mas descarta enviar tropas à Ucrânia
Ainda nesta quinta, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou a imposição de novas sanções contra a Rússia, para, segundo ele, enfraquecer a economia do país e cortá-lo das comercializações mundiais.
Biden disse ainda que as Forças Armadas dos Estados Unidos não devem lutar em território ucraniano, já que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) estaria comprometida com a “defesa coletiva” de seus membros.
As novas sanções contra a Rússia vão impor um “custo severo à economia russa”, disse Biden, acrescentando que elas foram planejadas para “maximizar um impacto de longo prazo na Rússia” e minimizar nos EUA, protegendo os norte-americanos de aumentos nos preços de gás.
(*) Com Ansa.