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Em 16 de fevereiro, no segundo turno da eleição presidencial em Portugal, o socialista Mário Soares é eleito presidente, no terceiro pleito livre após o 25 de Abril de 1974. Nessa data, a chamada “Revolução dos Cravos” depôs o regime ditatorial do Estado Novo, vigente desde 1933.
Apresentaram-se como candidatos Diogo Freitas do Amaral (apoiado pelo CDS e também pelo PSD), Soares (apoiado pelo PS e que, ao apresentar a sua candidatura não contava com mais de 5% das intenções de voto), a também ex-primeira-ministra Maria de Lourdes Pintasilgo (a única mulher até hoje a candidatar-se à Presidência da República), Francisco Salgado Zenha (que contava com o apoio do PRD do ainda presidente António Ramalho Eanes, bem como de alguns membros do PCP, cujo candidato próprio – Ângelo Veloso – viria a desistir).
Após o primeiro turno, realizado em 26 de janeiro, passaram Soares e Freitas do Amaral. Se concentraram no socialista os votos dos restantes candidatos da esquerda, o que derrotou Freitas do Amaral por uma escassa margem de 140 mil votos, e com o apoio fundamental do sul do País (Algarve, Alentejo e Ribatejo), bem como pelos distritos mais urbanizados, onde o voto se tem firmado tradicionalmente mais à esquerda (distritos de Coimbra, Lisboa e Porto).
Soares foi empossado presidente da República em 9 de março de 1986, e afirmou naquele momento, para acabar com dissensões, que era “o presidente de todos os portugueses”, frase que desde então entrou no discurso político nacional.
Biografia
Nascido em Lisboa em 7 de dezembro de 1924, Soares foi professor do Ensino Secundário Particular e chegou a dirigir o Colégio Moderno, fundado pelo pai. Como advogado defensor de presos políticos, participou em numerosos julgamentos, realizados no Tribunal Plenário e no Tribunal Militar Especial.
Ainda na década de 1950, foi membro da Resistência Republicana e Socialista, redator e signatário do Programa para a Democratização da República em 1961, candidato a deputado pela Oposição Democrática, em 1965, e pela CEUD, em 1969.
Seguiu para o exílio na França em 1970, foi chargé de cours nas universidades de Paris VIII (Vincennes) e Paris IV (Sorbonne), e igualmente professor convidado na Faculdade de Letras da Universidade da Alta Bretanha, em Rennes, que lhe atribuiu o grau de Doutor Honoris Causa.
Em 28 de abril de 1974, três dias depois da Revolução dos Cravos, regressou do exílio no chamado “Comboio da Liberdade”.
Também nessa data:
1848 – Frederic Chopin toca seu último concerto em Paris
1855 – Nasce a meteorologia, como previsão científica do tempo
1899 – Presidente da França morre nos braços da amante
1936 – Frente popular vence eleições espanholas
1959 – Fidel Castro assume o cargo de primeiro-ministro de Cuba
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