Em 21 de novembro de 164 a.C., Judas Macabeu e seus homens, os macabeus, conseguem tomar Jerusalém e reedificar o Templo no que ficaria conhecido como a Festa de Hanucá no ritual judaico.
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Os macabeus, expressão que pode ser traduzida por ‘martelos’, foram os integrantes de um exército rebelde judeu que assumiu o controle de partes de Israel – na época um Estado pertencente ao Império Selêucida. Os macabeus fundaram a dinastia dos Hasmoneus, que governou de 164 a 63 a. C.. Eles foram responsáveis por reinstalar a religião judaica, expandiram as fronteiras e reduziram no país a influência da cultura helenística. Seu membro mais conhecido foi Judas Macabeu, assim apelidado devido à sua força e determinação.
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Judas Macabeu tomaram Jerusalém
Os macabeus durante anos lideraram o movimento que levou à independência da Judeia e que reconsagrou o Templo de Jerusalém, que havia sido “profanado” pelos gregos. Após a independência, os hasmoneus deram origem à linhagem real que governou Israel até sua subjugação pelo domínio romano em 63 a. C..
Com a proibição em 167 a. C. da prática do judaísmo pelo decreto de Antíoco IV e com a introdução do culto do Zeus Olímpico no Templo de Jerusalém, muitos judeus que decidiram resistir a esta assimilação acabaram sendo perseguidos e mortos.
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Segundo Macabeus 1:56-64 :”Quanto aos livros da Torá, os que lhes caíam nas mãos eram rasgados e lançados ao fogo. Onde quer que se encontrasse, em casa de alguém, um livro da Aliança ou se alguém se conformasse à Torá, o decreto real o condenava à morte. Na sua prepotência assim procediam, contra Israel, com todos aqueles que fossem descobertos, mês por mês, nas cidades.
No dia vinte e cinco de cada mês ofereciam-se sacrifícios no altar levantado por sobre o altar dos holocaustos. Quanto às mulheres que tinham circundado seus filhos, eles, cumprindo o decreto, as executavam com os filhos pendurados a seus pescoços, e ainda com seus familiares e com aqueles que haviam operado a circuncisão.
Apesar de tudo, muitos em Israel ficaram firmes e se mostraram irredutíveis em não comerem nada de impuro. Eles aceitaram antes morrer que contaminar-se com os alimentos e profanar a Aliança sagrada, como de fato morreram.
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Entre os judeus que permaneceram fiéis à Torá, está o sacerdote Matatias, chamado de Hasmoneu devido ao nome do patriarca de sua linhagem, Hasmon. Recusando-se a servir no templo profanado, Matatias se exila com sua família em sua propriedade em Modin. Matatias tem cinco filhos: João, Simão, Judas, Eleazar e Jônatas. Convocados para os sacrifícios sacrílegos, Matatias acaba matando o emissário real e um sacerdote que se propõe a oficiar os sacrifícios. Convoca então os judeus fiéis à Torá e foge com seus filhos para as montanhas, iniciando o movimento de resistência contra o domínio estrangeiro, destruindo altares, circuncizando meninos à força e recuperando a Torá das mãos dos gentios.
Matatias morre em 166 a. C., e seu filho Judas assume a liderança da resistência. Judas desenvolve técnicas de guerrilha, que vence as contínuas tropas selêucidas enviadas. Apesar de alguns explicarem tal como “intervenção divina”, Antíoco também tinha de se preocupar com outras revoltas em seu império. “No dia vinte e cinco do nono mês – chamado Casleu – do ano cento e quarenta e oito, eles se levantaram de manhã cedo e ofereceram um sacrifício, segundo as prescrições da Lei, sobre o novo altar dos holocaustos que haviam construído. Exatamente no mês e no dia em que os gentios o tinham profanado, foi o altar novamente consagrado com cânticos e ao som de cítaras, harpas e címbalos (…) E Judas, com seus irmãos e toda a assembleia de Israel, estabeleceu que os dias da dedicação do altar seriam celebrados a seu tempo, cada ano, durante oito dias, a partir do dia vinte e cinco do mês de Casleu, com júbilo e alegria”. (1 Macabeus 4:52-54,59)
Com a morte de Antíoco IV em 164 a. C., a luta de resistência prossegue contra Antíoco V (164-162 a.C.), seu filho, e o regente Lísias e, a seguir, contra Demétrio I Sóter (161-150 a.C.).