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História

Hoje na História: 1937 - Japão dá início ao Massacre de Nanquim

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O enorme exército chinês, calculado em 300 mil homens mal-treinados e muito-mal comandados, opuseram pouca resistência à tomada de Nanquim

Max Altman

São Paulo (Brasil)
2010-12-13T09:50:00.000Z

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Em 13 de dezembro de 1937, poucos meses após o início da guerra sino-japonesa, tropas do imperador Hiroito entram na cidade de Nanquim, sede do governo nacionalista chinês. O militar Chiang-Kai-Shek e sua família tinham deixado o local dias antes. O exército japonês dá início então a um dos massacres mais terríveis da Segunda Guerra Mundial. Cerca de 20 mil estupros são cometidos contra mulheres de todas as idades, enquanto de 150 a 300 mil pessoas são mortas ou mutiladas no espaço de seis semanas.

Desde o fim da guerra, os chineses reclamam que os japoneses não manifestaram as devidas desculpas pela invasão de 1937. Queixam-se ainda que o governo nipônico, ao editar os manuais escolares para os seus estudantes, procura esconder ou minimizar a responsabilidade do seu exército nas inúmeras atrocidades cometidas, em particular sobre o Massacre de Nanquim.

Um conflito entre soldados japoneses e chineses, ocorrido na cidade de Tsientsin, no verão de 1937, serviu como pretexto para que o Japão desencadeasse uma guerra de agressão à China, na época sob a ditadura de Chiang Kai-Shek, líder do Kuomintang (Partido Nacionalista).

Bem antes do ataque de 1937, o Japão já exercia sua soberania sobre extensas áreas do sudeste e do nordeste da China. Um tanto antes, em julho de 1931, a pretexto de um conflito ferroviário – o Incidente de Mukden - os nipônicos transformaram toda a Manchúria num estado títere: o Manchuquo. Pode se dizer que a invasão de 1937 foi o resultado lógico de uma política crescentemente expansionista que mobilizava o governo de Tóquio desde os finais do século 19. Para os estrategistas do estado-maior nipônico, a guerra contra a China tinha de ser rápida. As enormes extensões do país e sua imensa população só poderiam ser submetidas por meio de uma manobra relâmpago que sufocasse instantaneamente qualquer possível resistência.

Dominando o eixo Xangai - Nanquim, numa só grande operação militar, o Japão submeteria o principal porto da China – Xangai - como também sua sede política. Controlando a embocadura do Yangtzé toda a economia do interior da China capitularia frente aos invasores. Com a posse do coração (Nanquim) supunham que a cabeça (Pequim) e os pés da China (Cantão) seriam reduzidos à inércia.

Wikimedia Commons
Corpos de chineses mortos pelo exército japonês

Derrota

O enorme exército chinês, calculado em 300 mil homens mal treinados e muito mal comandados, opuseram pouca resistência à tomada de Nanquim. Os comandantes chineses optaram pela capitulação. Mal sabiam que estavam assinando a sentença de morte da massa dos soldados capturados. Os militares nipônicos, educados na cultura do ‘bushidô’, a ética do guerreiro que os obrigava a lutar até a morte, se perguntavam por que os chineses não lutavam e sangravam até o fim.

A decisão sobre o que fazer deles, reduzidos então a uma manada passiva que perdera totalmente a capacidade de reagir, não tardou: os prisioneiros chineses deviam ser mortos. A ordem que partiu do quartel-general do príncipe Asaka, comandante das tropas japonesas, no dia 13 de dezembro de 1937, determinou ao comando do 66º batalhão: “Todos os prisioneiros de guerra devem ser executados pelo seguinte método: dividam os prisioneiros em grupos de dúzias e fuzilem-nos separadamente. As execuções devem começar às 5h00 e encerradas às 7h30m”

Teriam também entrado em ação, como elemento psicológico que contribuiu para a fúria homicida que se seguiu, antigas desavenças e rancores culturais que opuseram por séculos os dois povos asiáticos. Estes fatores colaboraram para que os generais invasores planejassem uma humilhação completa.

Também nesta data:

1204 - Morre o filósofo judeu Maimônides
1838 - Eclode a revolta da Balaiada no Maranhão
1942 - Goebbels critica Itália por tratamento tolerante aos judeus
1981 - Governo polonês decreta estado de guerra e dissolve Solidarnosc

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20 Minutos

Felipe Nunes: 'voto envergonhado' favorece Lula em 2022

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Bolsonaro cresceu entre evangélicos tirando votos da 'terceira via', e não de Lula, explica diretor do instituto de pesquisas Quaest; veja vídeo na íntegra

Pedro Alexandre Sanches

São Paulo (Brasil)
2022-08-18T20:30:00.000Z

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O cientista político Felipe Nunes afirma que o fenômeno do “voto envergonhado” favorece Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. “Os eleitores indecisos na pesquisa espontânea estão indo muito mais para Lula que para Bolsonaro”, avaliou o diretor da Quaest Consultoria e Pesquisa no programa 20 MINUTOS desta quinta-feira (18/08) com o jornalista Breno Altman. 

Essas pessoas “só não declararam voto na pesquisa espontânea porque estão escondendo a vergonha de ter que defender um candidato que até pouco tempo atrás estava preso e passou por vários escândalos midiáticos", segundo Nunes.

Ele afirma que tal afirmação na diferenças apontadas pela pesquisa Genial/Quaest de 17 de agosto entre a intenção espontânea de voto (na qual Lula tem 33% das preferências contra 27% de Bolsonaro) e o resultado da pergunta estimulada (em que o ex-presidente aparece com 45% e o candidato à reeleição, com 33%). Ou seja, Lula tem 12 pontos a mais na pesquisa estimulada, contra 6 de Bolsonaro. 


Esse e outros dados mostram solidez na posição eleitoral de Lula, mesmo com a recuperação recente de Bolsonaro - o eleitorado evangélico, por exemplo, prefere o candidato à reeleição por 52% contra 28% do ex-presidente, segundo a Quaest. 

Nunes, que também é professor da UFMG, adverte que o crescimento de Bolsonaro entre evangélicos não se deu sobre Lula, mas sobre os candidatos da chamada terceira via, cuja somatória caiu após a desistência de Sérgio Moro, João Doria Jr. e outros. O mesmo ocorre na evolução geral, em que Lula permanece estável e Bolsonaro cresce com o esvaziamento da terceira via. 

A tendência de alta do atual presidente entre o público evangélico (entre os católicos, ele perde de 27% a 52%) se explica, segundo Nunes, pela prioridade dada a esse segmento pela campanha bolsonarista, tal como aconteceu em 2018 em relação aos policiais militares. “Neste ano, ele escolheu os evangélicos, que como os policiais também são hierarquizados, disciplinados e coesos. Participou de 25 marchas para Jesus nos últimos 30 dias, em diferentes cidades do país. É uma ação política muito coordenada”, diz. 

O cientista político aposta num combate indireto a essa desvantagem pela candidatura Lula: “O público evangélico e principalmente as mulheres evangélicas têm uma repulsa muito grande ao armamento, pelo medo de que as armas sejam um sinônimo de violência nas famílias. É o tema que empata o jogo para o público evangélico”. 

Nunes afirma que a capacidade de crescimento de Bolsonaro esbarra em sua rejeição junto a dois segmentos em particular: “Ele tem que virar o jogo entre as mulheres e no Nordeste, o que não parece ser tarefa fácil neste momento”. 

Pelos dados de 17 de agosto, a vantagem de Lula é de 16 pontos percentuais entre o eleitorado feminino (contra 6 entre o masculino) e de 40 pontos no Nordeste. A rejeição pessoal de Bolsonaro é de 55% (chegava a 66% no início do ano). 

Para o diretor da Quaest, a radicalização política não será um fator decisivo para o eleitorado neste ano como foi em 2018. “Quem descobre a correnteza da eleição ganha a eleição. A de 2018 foi a primeira em que não havia um incumbente disputando a eleição. Todo mundo era de oposição ao que o governo Temer representava. Ser antissistema radical significava ser a oposição real”, analisa. "Em 2022, as pessoas não estão querendo radicalizar o sistema, porque perceberam que a radicalização foi ruim.”

Facebook/felipe Nunes
Cientista político Felipe Nunes é o convidado de Breno Altman no 20 MINUTOS desta quinta-feira (18/08)

O voto que está em disputa em 2022, afirma, é de quem já votou tanto em Lula quanto em Bolsonaro. Para o pesquisador, esta será “a eleição da segunda chance”: “Os dois já foram presidentes, já ganharam, já apresentaram bons e maus resultados. Agora vai ganhar aquele que conseguir receber a segunda chance do eleitor”. 

Se para o atual presidente se reeleger seria suficiente manter os votos que teve em 2018, a tarefa para Lula é mais complexa, mas vem sendo bem-sucedida: “Neste momento, Lula consegue ter os votos que Fernando Haddad teve e crescer em cima do eleitor que votou em Bolsonaro em 2018, o eleitor pobre das grandes cidades do Sudeste”. 

Quanto ao impacto do aumento de R$ 200 no Auxílio Brasil sobre a disputa eleitoral, Nunes não vê dados conclusivos na mais nova pesquisa. “Havia uma ideia de que as coisas iam melhorar muito em pouco tempo, mas neste momento essa expectativa não virou nem euforia nem frustração. Virou a realização de que tudo isso não passa de jogada eleitoral”, interpreta, citando que 62% afirmam que as medidas adotadas pelo governo objetivam ajudar a reeleição, e não as pessoas. 

“O eleitor está mais crítico e complexo e já entendeu, pelos resultados desta pesquisa, que muito do que está sendo feito não é boa intenção, mas interesse próprio. Isso gera um limite para o crescimento eleitoral de Bolsonaro.”

A valorização da autenticidade do político pelo eleitorado é um fator incômodo para o atual presidente a esse respeito: “Bolsonaro fez a aposta que podia fazer, que era se vestir de Lula, não ligar para teto de gastos, abrir o cofre público e cuidar das pessoas. O problema é que isso está parecendo que é falso, porque veio próximo à eleição. Bolsonaro está deixando de ter o que é seu grande atributo, está abrindo flancos de credibilidade”. 

Felipe Nunes considera que a história eleitoral brasileira não sugere grandes chances de que Lula vença no primeiro turno, mas diz que os números projetam vitória para o candidato do PT: “Olhando só para os dados da pesquisa, Lula é favorito para ganhar, com uma margem de votos maior do que Bolsonaro teve em 2018 sobre Haddad. Nada é impossível, mas é improvável uma não-vitória de Lula”. 

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