André-Marie Ampère, físico e matemático francês, falece em Marselha em 10 de junho de 1836. Em sua homenagem se adotou o ‘ampere’ e seu símbolo ‘A’ como unidade de medida da intensidade da corrente elétrica.
Isso por ele ter demonstrado na prática que uma corrente elétrica circulando ao longo de um cabo condutor produz um campo magnético ao seu redor. Formulou a lei conhecida como Lei de Ampère.
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Ampère nasceu em Lyon, em 22 de janeiro de 1775. Apesar de jamais ter frequentado uma escola, recebeu esmerada instrução de seu pai, Jean-Jacques Ampère, comerciante de profissão, todavia muito entendido em literatura francesa e latina e em diferentes ramos da ciência.
Foi uma criança prodígio que antes de conhecer os números já fazia cálculos com ajuda de pedrinhas e migalhas de pão. Aos 12 anos já possuía sólidos conhecimentos das matemáticas básicas de seu tempo, ciência que continuou fortalecendo até chegar a dominar o cálculo diferencial e integral. A educação a completou de forma autodidata, devorando os livros da biblioteca familiar.
Em 1793 sofre uma profunda depressão pela morte do pai quem, aposentado como juiz em Lyon, se opôs firmemente aos excessos revolucionários que levaram ao levante de Lyon contra a Convenção e ao sítio da cidade. Preso, foi sumariamente condenado e executado em 25 de novembro.
A partir de 1796, Ampère dá em Lyon aulas privadas de matemáticas, química e idiomas. Em 1801, obtém o posto de professor de física e química em Bourg-en-Bresse, na Escola Central de Ain. Seu pequeno tratado, publicado em 1802, Considerações sobre a Teoria Matemática do Jogo, atrai a atenção de Jean Delambre, cuja recomendação lhe permite ser nomeado professor de matemática na Escola Preparatória de Lyon.
Em 1804, é nomeado analista na Escola Politécnica e se instala em Paris. Em 1806, casa-se em segundas núpcias com Jeanne Potot. Tiveram uma filha, Albine.
Em 1808, é nomeado Inspetor Geral da Universidade e professor de matemáticas na Escola Politécnica, tornando-se mais popular que o grande matemático Cauchy.
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O talento de Ampère não residiu tanto em sua capacidade como experimentador metódico quanto em seus brilhantes momentos de inspiração. Em 1820, o físico dinamarquês Hans Oersted verificou os desvios na orientação que sofre uma agulha imantada perto de um condutor de corrente elétrica, fato que de pronto sugeriu a interação entre eletricidade e magnetismo. Em apenas uma semana, Ampère foi capaz de elaborar uma ampla base teórica para explicar esse novo fenômeno.
Esta linha de trabalho o levou a formular uma lei empírica do eletromagnetismo, conhecida como Lei de Ampère (1825), que descreve matematicamente a força magnética existente entre duas correntes elétricas. Algumas de suas investigações mais importantes foram compiladas em Coleção de Observações sobre Eletrodinâmica (1822) e Teoria dos Fenômenos Eletromagnéticos (1826).
Seu desenvolvimento matemático da teoria eletromagnética não só serviu para explicar fatos já conhecidos como também para prever novos fenômenos ainda não descritos. Teorizou sobre os efeitos macroscópicos do eletromagnetismo e ademais tentou construir um modelo microscópico que explicasse toda a fenomenologia eletromagnética, baseando-se na teoria de que o magnetismo se deve ao movimento de cargas na matéria, adiantando-se muito à posterior teoria eletrônica da matéria.
Foi o primeiro cientista que sugeriu como medir a corrente: mediante a determinação do desvio sofrido por um ímã pela passagem de uma corrente elétrica. A aplicação prática da eletrodinâmica converteu-se depois em algo fundamental para o desenvolvimento da ciência e da técnica a partir do século 19. Ampère foi também o primeiro a chamar a “corrente” elétrica por esse nome e a medir a intensidade de seu fluxo, utilizando um instrumento que ele mesmo construiu e que mais tarde tomou o nome de “galvanômetro”.
Em 1826 foi nomeado catedrático na Universidade da França, cargo que desempenhou até sua morte.
Também nesta data:
1580 – Morre Luís Vaz de Camões
1794: Terror de Robespierre suspende direito à defesa na França
1926 – Morre Antonio Gaudi, o consagrado arquiteto catalão
1940 – Noruega rende-se ao exército alemão; surgem as expressões “5ª coluna” e “quisling”