Bedrich Smetana, compositor e regente tcheco, morre em Praga no dia 12 de maio de 1884. Se bem que historicamente os territórios que conformam a Boêmia tenham presenteado a história da música com grandes nomes, Smetana foi o primeiro que soube expressar o espírito, a essência e os anseios de sua pátria. Nesse sentido, deve ser considerado o pai da escola nacionalista musical tcheca, cuja marca seria decisiva em compositores que o seguiram, entre eles Antonin Dvorak e Leos Janacek.
Assista à interpretação da peça 'La Moldava', do compositor tcheco Bedrich Smetana:
Em abril, Smetana perde completamente o juízo e em maio morre em Praga. Suas exéquias tiveram lugar em Vysèhrad diante de uma multidão silenciosa. A Tchecoslováquia reconhecia enfim sua obra. Havia músicos tchecos, mas não música tcheca.
Nascido em 2 de março de 1824 em Litomysl, Boêmia, seria o único de 11 irmãos a chegar à idade adulta. Frantisek Smetana, mestre cervejeiro e bom músico, lhe deu muito jovem as primeiras lições de violino e piano. Aos cinco anos, Bedrich já tocava em quartetos e aos 6 anos deu seu primeiro concerto público.
Em 1831, a família se instala no sul da Boêmia onde seu pai adquire uma cervejaria do conde Czerny. Bedrich conclui seus estudos secundários, porém para prosseguir tinha que se deslocar 50 km para Jihlava. Aos 15 anos, ingressa no Ginásio Acadêmico de Praga. Nesta cidade artística teve oportunidade de conhecer numerosas obras musicais e de ouvir Franz Liszt em concerto.
De 1840 a 1843, Smetana prossegue seus estudos em Pilzen e compõe algumas peças. Em 1846 encontra-se com Hector Berlioz, um de seus modelos e fica fascinado com a personalidade do francês. Passa a ganhar a vida tocando piano nos salões das famílias endinheiradas. Encorajado pelo pai, segue definitivamente pela música.
Diante dos progressos alcançados, em 1844, Kittl, diretor do conservatório, propõe-lhe um lugar de professor. Graças a esse novo emprego, teria ocasião de conhecer Robert Schumann e sua mulher Clara e depois Liszt. Em 1848, compõe seis peças características que dedica a Liszt.
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À época, a Boêmia estava sob o jugo austríaco, no entanto surgiam fortes ímpetos nacionalistas. O tio de Smetana o estimula a abraçar a causa da independência do seu país e recomenda que não mais componha música alemã e sim a música tcheca. Em 11 de junho de 1848 uma revolta eclode em Praga. Smetana, presente nas barricadas, compõe diversas marchas revolucionárias e alguns cantos de liberdade. Em fins de 1848, abre uma escola de música tcheca que, todavia, não obtém muito sucesso.
Smetana casa-se em agosto de 1849. Após alguns anos de felicidade, perderia três de seus quatro filhos e sua esposa contrairia tuberculose. Emigra para Göteborg, Suécia, em 1856. Abre lá uma escola de música cujo sucesso, desta vez, é imediato. Seus recitais também conquistam o público local.
Em 1859, morre sua mulher e Smetana passa a se encontrar com Liszt que se dispõe a ajud[á-lo. Em 1858, 1859 e 1861, o compositor dirige na Suécia a criação de três poemas sinfônicos. Em maio de 1861, após casar-se novamente, regressa ao seu país.
Um teatro de Praga trata de promover a ópera tcheca e oferece bons prêmios aos melhores compositores. Smetana agarra a oportunidade e se põe a trabalhar. Apresenta Os Brandeburgueses na Boêmia (1863), sobre um libreto de Karel Sabina, que é um sucesso. Sua segunda ópera, A Noiva Vendida é ainda hoje bastante representada. Em 1866, Smetana assume a direção da orquestra do teatro onde um certo Antonin Dvorak tocava viola e também compunha. Os dois travariam uma íntima amizade.
Sua notoriedade acabaria por atrair cobiça e inveja. Já em 1861, seus amigos tomam a iniciativa de fazer circular uma petição para mantê-lo em seu posto. Ele era acusado de copiar Richard Wagner ou Jacques Offenbach e de plagiar outros compositores. Em 1874, passa a sofrer de úlcera e percebe estar sofrendo de surdez gradativa. Não obstante, resolve compor o ciclo Mà Vlast (Minha Pátria) do qual o Rio Moldava seria suficiente para torná-lo célebre mundialmente. Produz uma nova ópera O Beijo com a qual vê aumentar seu prestígio, e depois O Segredo, uma ópera cômica que conquista outro êxito. Em 1876, compõe o Quarteto de Cordas que considerou “de minha vida”. Em maio de 1882, festeja a centésima apresentação de A Noiva Vendida. À época, sofria terrivelmente. Havia perdido a audição, a voz e praticamente, a memória. Contudo, comporia ainda o Quarteto de Cordas nº 2 e outras obras, entre as quais Libuse, sua derradeira ópera.
Também nesta data:
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